sábado, 23 de março de 2013

O Escravo II (Dalla - Blog Valfenda)


O Escravo II - Capitulo 01 - Destino Traçado


Sinópse - O Escravo II

Quinze anos tinham se passados desde que Itieu tinha sido adotado, mas havia algo que faltava na vida do aurifense e pensando nisso ele decidiu estudar diplomacia e fazer estágio na região mais conturbada da Galáxia.
O príncipe Kafen, senhor do mundo de Ghalib, amava escravos e quanto mais exóticos melhor e ao por seus olhos sobre o belo príncipe aurifense a única coisa que ele pensou foi em tê-lo para si como eu mais novo escravo do seu harém.

Capitulo 01 – Destino Traçado




Itieu riu ao ouvir mais uma das discussões dos pais. Depois de algum tempo ele percebeu que aquele era um modo de Andrew e Tiol demonstrarem afeição, claro que no inicio ele ficava apavorado com as brigas dos dois até que perceberam isso e pararam de brigar na sua frente.

Aquele fora uma época dolorosa para todos. A guerra tinha acabado, mas Aurifen estava em ruínas e mesmo com a ajuda de Aurilien eles passaram fome e ficaram a mercê das doenças, mas sua família lutou dia após dia pelo mundo e aos poucos o reconstruíram.

Ele deitou no gramado olhando para a lua azul onde seus tios governavam. Valdi, Frey e Gwidion sempre foram muito gentis com ele quando fora até a lua fazer estágio para a faculdade de Diplomacia Espacial afinal a lua era um conhecido entre posto comercial e haviam muitas empresas lá que faziam bom uso dos diplomatas.

Gostara do emprego, gostara de conhecer pessoas novas e povos novos, até mesmo conseguira uma promessa de emprego no sistema Taurinis que ficava do outro lado da galáxia. Era uma nova colônia de exploração cientifica humana em parceria com Aurifen. Como havia pouco conhecimento dos povos que viviam ali eles precisavam de toda ajuda possível dos diplomatas.

Aquilo era o motivo da briga dentro da casa. Andrew fechara a cara contrariado e se negava em deixar o filho ir para tão longe, mas Tiol, mesmo parecendo contrariado, achava que a decisão era de Itieu. Bem daí para frente foram gritos e mais gritos.

— Quando é que eles vão se cansar? – Erant apareceu carregando Pablo no colo junto com Tales e Brit.

— Se conheço bem seus pais vai demorar um pouco – disse Brit deitando na grama e olhando para a lua que era a sua casa.

Brit era da idade de Itieu e terminara a faculdade de administração. Ele amava Aurilien e com certeza um dia ia substituir o pai Gwidion como governador da lua. Volgan, seu irmão caçula estava na escola ainda, mas o que estava dando dor de cabeça nos seus três pais era Owen, seu irmão mais velho.

Owen era um rebelde sem causa, alguém que gostava do tumulto apenas pela desordem e por fim tivera que ser detido o que lhe encheu de raiva da família e ele partiu pela galáxia sem nem mesmo dizer para onde ia.

Brit sentia falta do irmão rebelde e seu pai Valdi ainda chorava pelo filho.

— Você quer mesmo ir para tão longe? – perguntou Tales também deitando de barriga para baixo no gramado de olhando para o primo.

— Eu não estou indo para morar, mas quero ter a experiência de conhecer os costumes de novos povos de pesquisar e exercer a minha profissão entes de me especializar, os dois teimosos ali dentro sabem que quero lecionar no futuro e não me perder na galáxia.

— Acho que sei como eles se sentem – disse Erant sentando, Pablo no seu colo coçava os olhos de sono – Eu não quero que você vá embora – ele fez um bico muito parecido com Andrew quando queria alguma coisa.

— Eu não to indo embora irmãozinho – disse Itieu com carinho abraçando ele – Eu volto em um ano.

— Saiba que um ano é muito tempo.

— Um ano é sempre muito tempo para os pirralhos Erant – disse Brit aporrinhando o outro.

— Pirralho é você! E não vem me dizer que o tempo passa diferente para você que isso não rola pra mim! Seja lá em que idade for um minuto tem sessenta segundos, uma hora tem sessenta minutos, um dia tem trinta e duas horas e um ano tem quatrocentos dias!

— Que menino inteligente – Brit riu batendo na cabeça de Erant como se ele fosse um cachorro.

— Obrigado pelo elogio já que você nem mesmo consegui saber quanto é dois mais dois.

— Olha como é que fala moleque!

— Mesmo? – Erant levantou uma sobrancelha – Até onde eu sei você é Brit Mackenzie Tha Gaol ou eu estou vendo diante de mim um clone? Mas que faria um clone tão feio assim?

Tales não agüentou e começou a rir, Brit estava com vontade de pular no pescoço de Erant que sorria com superioridade.

Itieu revirou os olhos. Era sempre assim com aqueles dois. Pareciam que iam se matar a cada encontro, claro bem longe dos olhos dos pais. Erant sempre posava de bom moço, mas era muito parecido com Andrew e isso era de dar medo.

— To com sono – resmungou Pablo.

— Eu levo você – disse Itieu pegando ele – Vamos deixar os dois aqui se matarem.

— Bem eu quero ver – disse Tales rindo.

Balançando a cabeça o outro entrou na casa com o irmãozinho meio dormindo e subiu as escadas. Trocou Pablo e lhe deu um beijo de boa noite, mas quando descia as escadas encontrou Andrew para aos pés desta com cara de poucos amigos.

— Pai...

— Vamos conversar Itieu.

— É para conversar – disse Tiol olhando feio para o marido – Você nem mesmo espera o menino falar.

— Não é isso que estou fazendo Tiol? Agora fecha a matraca para que eu possa conversar com o meu filho.

— Até onde sei ele é nosso filho!

— Eu posso ir embora e você podem resolver isso à vontade – resmungou Itieu contrariado.

— Senta logo menino! – resmungou Andrew indo para sala com eles – Itieu você sabe a minha opinião sobre essa sua ideia. Sabe o quanto é perigoso o sistema Taurinis. Porque exatamente lá meu filho?

— Eu falei pai, novos povos, costumes, uma terra inexplorada. Ali está acontecendo o primeiro empreendimento entre humanos e aurifenses e o resultado dele vai moldar essa parceria no futuro. Eu queria muito fazer parte desse processo e trazer essa experiência para Aurifen – ele colocou os cotovelos nos joelhos e pousou o rosto nas mãos olhando para o seu papa – Amo meu mundo papa amo vocês como nada no universo, mas eu preciso trilhar meu próprio caminho, fazer as minhas escolhas.

Andrew bufou como se isso fosse uma idiotice, mas Tiol foi mais receptivo.

— Itieu pensar que você pode passar por qualquer perigo dói em nosso coração, um dia quando tiver filhos vai entender o quanto é difícil para os pais os ver partir. Todavia você está certo quanto ao querer fazer seu próprio caminho, certo de querer crescer.

Andrew mastigava os lábios preso entre a contrariedade de fazer o que é certo ou bancar a criança mimada.

— A Deusa sabem o quanto é difícil para seu pai ter um pouco de senso e infelizmente essa é uma das vezes.

Tiol revirou os olhos cruzando os braços.

— Isso quer dizer que eu posso ir? – Itieu estava a ponto de pular de felicidade.

— Sim filho, se é o que deseja pode ir.

Itieu pulou para abraçar Andrew que tentava esconder as lagrimas.

— Mas me prometa que vai voltar e não fazer nem uma loucura. Sei que é um bom menino, mas tenho medo do universo la fora Itieu, ele não é um bom lugar.

— É claro que volto papa, juro. Serei sempre um bom menino.

Ele abraçou Tiol e saiu para falar com o irmão e primos.

— Essa é a sina dos pais Andrew.

— Cala a boca Tiol!

~~***~~

O sistema planetário Akadi Ahama ficava a cem anos luz dos sistemas Taurinis. Em distancias especiais era apenas um pulo de uma hora dentro de uma nave. O sistema tinha um total de quinze mundos, sendo que o principal dele era Ghalib, o terceiro mundo.

Era uma terra cuja superfície era composta de cerca de sessenta por cento de desertos. Os povos tinham a pele morena, olhos levemente oblíquos e de um verde intenso. Normalmente eram altos, fortes e muito resistentes dando grandes guerreiros.

Sua sociedade era muito tradicionalista, assim a tecnologia era relegada a pequenos lugares do planeta enquanto o resto dele vivia como seus antepassados mais longínquos, alguns povos mesmo eram nômades e viviam de oasis em oasis pelo deserto.

Em uma sociedade dominada pelo mais forte, nas relações assim também acontecia. Um casal, por regra, se acasalava entre um dominante e um submisso, não havendo uma distinção entre machos e fêmeas. Se a fêmea era a mais forte ela era a dominante. Era um povo onde casais do mesmo sexo acasalavam desde sempre não havendo problemas quando a isso.

O dominante ditava as regras e tinha poder de vida ou de morte no submisso que tinha o dever de suprir todas as necessidades do dominante, principalmente sexuais.

Os povos ghal, como eram conhecidos, gostavam de sexo. Seus prostitutos eram bem tratados e valorizados e mesmo os dominantes casados iam às casas de prostituição sem que o submisso pudesse abrir a boca. Um bom prostituto era aquele que se submetia ao dominante sem reclamar e aceitava tudo dele desde que não levasse à morte.

A cidade de Mizmar era a capital do estado de Assaya, o segundo estado mais importante do planeta depois de Layeli, o estado político de Ghalib.

Mizmar era grande, com mais de seis milhões de pessoas. Seus prédios eram grandes torres de vidro, as ruas limpas e largas para os carros elétricos e na periferia as grandes mansões dos ricos. Mizmar era um desses lugares onde a tecnologia prosperava e ficava na borda do grande deserto Shams.

O governador do estado de Assaya era o jovem príncipe Hafiz Esam, irmão mais jovem do príncipe guerreiro, titulo dado o chefe supremo do mundo de Ghalib.

O príncipe guerreiro era eleito pelo seu poder, suas praticas nas guerras e sua inteligência, ali não era direito herdado. O nome do príncipe era Kafen Esam e ele estava em visita ao irmão mais novo.

Kafen era conhecido como um bom governante justo e sério diferente do antigo que estava levando o planeta à ruína. Com Kafen o planeta estava finalmente conhecendo a prosperidade.

Kafen e Hafiz estavam em um pequeno jardim tomando chá e discutindo política. Perto deles escravos estavam ajoelhados e nus. Eram os escravos do harém de Hafiz, na verdade os seus melhores, que ele havia escolhido para mostrar ao irmão e assim dar suas boas vindas.

Kafen era um homem alto, cabelos negros tão longos que chagavam ao seu quadril e olhos verdes com um brilho intenso. O corpo musculoso era coberto apenas por uma calça de um tecido fino e sedoso deixando o musculoso peito à mostra onde se via algumas cicatrizes, seus troféus de batalha.

— Vejo que acrescentou algo ao seu harém irmão – disse ele olhando para um rapaz jovem que estava encolhido olhando para o chão.

— Agora que sou governador tenho que ter status.

Para os ghals ter escravos, e principalmente um harém era um sinal de riqueza e poder. As famílias mais abastadas tinham dezenas de escravos e grandes haréns que exibiam com orgulhos em festas e festivais.

Tanto Hafiz quando Kafen gostavam de apenas homens em seus haréns.

— Que tal uma diversão? – Kafen levantou a sobrancelha para Hafiz que riu sabendo o que o irmão queria. Pegou uma seringa que estava preparada e foi até os escravos e levantou um bruscamente o empurrando para uma área do quarto usada para o prazer sexual. O escravo era um homem alto com o corpo bem definido, pênis grande assim como as bolas que balançavam por entre as suas pernas. Ele também não tinha pelos no corpo, os cabelos eram raspados.

Havia algemas presas na parede e restrições no chão para prender os pés. Ele injetou o liquido no escravo e pediu para que um empregado o prendesse nas restrições e de frente para eles e foi sentar com o irmão. Pegando a xícara de chá.

Em questão de minutos puderam notar como o pênis do escravo enchia e levantava e este mordia os lábios para não gemer.

— Belo espécime – disse Kafen analisando o escravo.

— Tenho algo para você mais tarde, mas agora será que pode me dizer o que ti trouxe aqui? E não venha me dizer que foi me harém ou meu chá.

— Na verdade eu preciso fazer uma viagem – os olhos de Hafiz brilharam intrigados – Sabe que Taurinis está sendo explorada.

— Aquele povo estranho do outro lado da Grande Ilha1 – resmungou seu irmão – Ouvi que vão criar uma base de pesquisa ali.

— Isso mesmo – Kafen sorriu quando ouviu o primeiro gemido do escravo.

— Cale a boca! – gritou Hafiz – Você é um escravo, atenha-se ao seu lugar!

O homem tentou ficar quieto, mas seu membro pulsava e pingava pré sêmen enchendo o ar com cheiro de sexo.

— Eles me mandaram uma mensagem para um encontro político. Prontificaram-se a vir até Ghalib, mas o conselho não aceitou que estrangeiros entrassem no nosso mundo.

— Um punhado de velhos idiotas – rosnou Hafiz – E com isso você vai ter que ir até Taurinis?

— Isso mesmo e vim verse você não quer vir comigo. Não sou um grande poliglota e preciso de alguém para confiar. Quem sabe conseguimos negócios com esse novo povo.

— Eu adoraria. Sabe o quando adoro novos povos – os olhos dele brilhavam.

— Imaginei que ia gostar.

O escravo voltou a gemer agora mais alto e se debater.

— Prece que você não sabe o seu lugar escravo – disse Hafiz – Aplique a disciplina para que ele aprenda a obedecer.

O empregado pegou um chicote feito com tiras de couro da parede e começou a flagelar o outro. O som das tiras do chicote batendo na carne ecoava pelo quarto. O escravo ofegava e quando o chicote chegou ao seu pau ele não pode se conter e gritou, lagrimas escorriam do seu rosto.

— Não se atreva a gozar escravo! Coloque o anel nele.

O empregado pegou um aro de metal e o colocou no vazante membro do escravo e o anel começou a apertar assim que entrou em contato com a pele fazendo o escravo ofegar de dor ao ter o pau tão apertado. Depois disso a sessão de flagelo continuou com o empregado o açoitando com maestria.

— Quando parte Kafen?

— Em três dias. Acha que poderá me acompanhar?

— Claro. Vou deixar o vice governador no comando e não vai ser algo demorado.

— Muito bom – olhou para os outros escravos – Venha aqui menino – disse ele para o rapaz tremulo.

Acostumado a obedecer por toda a vida, ele levantou do chão e com a cabeça baixa foi até o Príncipe Guerreiro.

Kafen olhou para o pênis flácido do menino e para as pequenas bolas. A bunda era redonda e as pernas longas. Ele abriu as nádegas dele expondo o pequeno orifício rosado onde introduziu um dedo. O rapaz tentou esconder a dor, mas seu rosto contraiu.

Enquanto isso o escravo acorrentado fora deixado em paz do flagelo. Vendo que Kafen já tinha com que se divertir ele foi até o escravo olhando seu corpo vermelho das chibatadas, o pau que estava ficando escuro por causa do sangue que o anel deixava preso dentro dele. Passando a língua pelos lábios ele segurou o rosto do escravo.

— Você é um lixo. Um nada, apenas minha propriedade para pisar, para punir!

Ele abriu o zíper da calça colocando o grande membro para fora e estocou o escravo de uma só vez o que o fez gritar.

— Cale a boca escravo! – Hafiz retirou o pênis e começou a espancar a bunda do escravo.

Enquanto isso Kafen retirava o dedo de dentro do rapaz e pegou um pedaço de gelo de dentro de um recipiente e empurrou para dentro do rapaz que deu um pulo, mas Kafen o manteve no lugar. Mais e mais pedras de gelo foram introduzidas nos anus do menino que respirava em arquejos. O príncipe deu um tapa da bunda do escravo e ordenou.

— Ponha para fora escravo, agora!

O rapaz fez força empurrando as pedras para fora que foram caindo no chão.

— Bom – Kafen colocou o membro para fora da calça totalmente ereto e ele conseguia ter o pau maior que o do irmão que fodia com loucura o escravo acorrentado.

Ele virou o rapaz de costas e o fez sentar em seu membro de uma vez. O escravo engasgou e retesou o corpo o que apenas lhe causava dor, mas o que excitava ainda mais Kafen que o fez cavalgar seu membro.

Hafiz gozou com um grito dentro do escravo deixando que seu sêmen escorresse pelas pernas do escravo.

O empregado soltou o escravo que inda tinha a dura ereção e o anel peniano. Assim que se viu livre ele se arrastou para o dono agradecendo pelas surras e prometendo ser um escravo melhor e mais obediente.

Ele deixou o escravo ali e foi para junto de Kafen que fizera um escravo sentar em seu colo para cavalgar o seu pênis.

— Ele está a seu gostou? – Hafiz sentou ainda com o pênis fora da calça e voltado a fiar ereto.

— Assim que terminar ele é seu – disse o príncipe levantando e colocando e escravo de quatro para que pudesse estocá-lo mais forte – Quando terminar ele vai estar bem estendido. Tenho algumas visitas para fazer e mais tarde pode mandar mais alguns para mim.

— Claro irmão, mas vou mandar a minha surpresa.

Kafen riu e empurrou mais duro o rapaz que se segurava para não ser empurrado pelo chão e principalmente para não gemer de dor por ser fodido tão forte sem um lubrificante. Finalmente o príncipe gozou e se retirou bruscamente do rapaz.

— Ele é bom irmão, bem obediente.

— Que bom que o satisfez Kafen.

— Preciso ir, mas logo estarei de volta.

Kafen saiu do quarto deixando o irmão se divertir. Ele se sentia mais leve, todavia, mesmo que o sexo fosse ótimo com um escravo submisso ele sempre sentia que faltava algo em sua vida, talvez um pouco de rebeldia do escravo ou do prostituto. Quem sabe não era hora de sossegar e ter um companheiro, mas logo sacudi isso de sua cabeça. Era jovem e não ia ficar amarrado, mesmo que seu companheiro fosse um bom submisso.

Agora ele tinha quem lidar com os novos povos que estavam se estabelecendo perto do seu sistema.

Por milhares da anos apenas o seu povo dominou aquele ponto remoto da galáxia, mas ele não via problemas em dividir ele com outros desde que obedecessem as suas regras.

Era hora de ele conhecer aquele povo e saber como eles eram.


1 Grande Ilha – A forma do povo ghal chamar a Via Láctea.



Capitulo 2 - Nébula



Itieu estava em uma das salas de observação da espaçonave Kennedy, era uma nave da Terra de formato achatado, como um disco. Dali ele podia ver que estavam chagando a um planeta verdejante com nuvens tempestuosas por todo o lado. Cinco luas o ladeavam, mas só duas eram visíveis do ponto onde estava. A sala de observação ficava no ultimo andar da nave e era uma sala circular com uma das paredes feita de um vidro blindado, tão duro quanto o aço que usavam nas naves. Havia sofás por toda a sala para a pessoa sentar e contemplar.

Pelo que sabia era um mundo novo do sistema Taurinis-2, sem vida inteligente e com florestas cobrindo quase todo ele.

Os habitantes da Terra deram o nome de Nébula.

A nave foi se aproximando cada vez mais e entrou pela densa camada de nuvens.

— O nome é por causa disso – disse alguém atrás dele.

Itieu se virou dando de cara um humano. Ele era um pouco mais baixo que ele, olhos de um belo castanho, cabelos negros caindo pela testa. O rosto era harmonioso com as sobrancelhas bem desenhadas. Vestia o uniforme vermelho que o identificava como da equipe de cientistas que estava indo para Nébula. Ele apontou para o vidro onde o planeta se aproximava cada vez mais.

— Boa parte do tempo ele esta coberto de nuvens e nevoeiro – ele estendeu a mão em uma saudação da Terra – Meu nome é Edward Witt.

Itieu apertou a mão do humano.

— Itieu Tha Gaol.

— Conheço o seu nome. Você é filho de um dos príncipes de Aurifen, não é? Nossa as histórias de como vocês tomaram o poder no seu mundo são contadas até hoje na Terra. Deve ter sido incrível!

— Uma guerra é terrível e não incrível – responde Itieu olhando para a paisagem que se via do vidro.

— Desculpe Itieu, eu não conheço guerras, o mais próximo que chego delas é nos filmes. Desculpe a minha boca grande.

O rapaz estava vermelho e parecia muito constrangido.

— Tudo bem.

Nesse momento a porta abriu novamente onde três pessoas entraram dois rapazes e uma moça.

— Era aqui que você estava se escondendo – disse ela colocando as mãos nos quadris magros.

Ela era alta, com longos e cacheados cabelo caindo pelas costas. Os olhos eram um azul claro lindo e o rosto dela tinha o formato de coração. Seu corpo era magro, mas tinha boas curvas e grandes seios.

— Eu não estava me escondendo, eu queria ver o planeta.

— Logo você vai ter muito desse mundo – disse outro rapaz parecendo muito jovem com cabelos loiros platinados caindo pelas costas, olhos verdes com um doce brilho com longas pestanas. Não devia passar de um metro e sessenta e seu corpo magro era evidenciado pelo uniforme vermelho.

O ultimo não falou. Ele tinha uma expressão carrancuda e séria e se vestia de forma diferente com o uniforme azul das Forças Especiais Federação de Planetas Unidos. A calça azul apertada assentava bem em suas coxas fortes e em seu traseiro redondo. A jaqueta curta também deixava evidenciar os músculos dos braços. Seu rosto mostrava força e seriedade com seus olhos negros insondáveis e lábios grossos e contraídos.

Itieu sentiu seu corpo reagir a luxuria do belo exemplar da espécie da Terra, mas tentou o máximo esconder. Aquele povo não era como o seu, em Aurifen podia-se pedir para fazer sexo sem que a outra pessoa surtasse e mesmo entre os humanos que viviam há muitos anos lá esse costume já não chocava, mas o rapaz havia aprendido em uma de suas viagens o quanto os humanos da Terra tinham dificuldade quando se tratava do prazer sexual.

— Itieu eu gostaria de ti apresentar os maus amigos: essa é Karla Maria Lemos, este é Octávio Espinosa e Gael Trystan.

Cada um o cumprimentou, menos Gael que ignorava o grupo com ardor.

— Não ligue para ele – disse Karla – Ele odeia ter sido designado para ser o guarda costas do nosso grupo em Nébula.

— Ficaríamos bem melhor se não tivéssemos ele como mau agouro – disse Octávio rindo, mas com um olhar frio para o militar.

Itieu foi até o soldado e estendeu a mão tentando ser educado.

— Muito prazer em conhecê-lo senhor Trystan.

Ele olhou para o aurifense com evidente enfado.

— Não sabia que a realeza se misturava com plebeus.

— No meu mundo senhor Trystan as pessoas consideram um cumprimento algo sagrado, algo que qualquer pessoa bem educada deve fazer. Ao que parece que o senhor não tem educação nem uma.

— Com quem você pensa que está falando? – ele ficou vermelho e Itieu lembrou de seu papa.

— Eu sei quem é o senhor, ao que parece o senhor é quem não sabe.

Os outros deram risos discretos.

— Acha que aquele mundo é lugar para passeios de garotos mimados? Ali é uma guerra e gostaria de ver o senhor sobreviver ali.

— Guerra? – Itieu segurou com a sua força de aurifense o braço de Gael que o olhou pasmo – Sou um aurifense humano da Terra. Meu povo é milhares de anos mais velho que o seu. Sou três vezes mais forte que qualquer humano, sou mais rápido e mais resistente. Durante a minha infância sobrevivi a uma guerra que destruiu boa parte do meu mundo e matou um bilhão de pessoas e me levou um olho. Boa parte do meu povo não tinha nada para comer a não ser os mortos, mesmo os príncipes – soltou o braço dele – Não me diga que eu não sei o que é guerra – ele saiu da sala de observação.

— Acho que você irritou a pessoa errada Trystan – disse Octávio rindo – O povo aurifense não é de levar desaforo para casa.

— Acho que não conversei com você, anão de jardim.

— Chega! – Karla gritou – Olha Gael não fomos nós que o colocamos aqui, não foi nossa ideia que o seu comandante o designasse para ir para tão longe da Terra quando seu pai está doente. Lembro bem que Ed fez o possível para que isso não acontecesse, mas não pudemos reverter o caso. Porque não nos ajuda para que possamos terminar logo o trabalho e voltar para a Terra? Brigar só vai atrasar mais ainda as coisas.

Gael bufou, mas podia ver a verdade nas palavras da jovem bióloga. Tinha que parar de brigar com eles e ver se isso podia o por de volta a Terra logo.

— Gostaria de ti lembrar que o aurifense não faz parte do nosso grupo Trystan – disse Octávio com evidente deleite – Ele é o protegido do general Sherman, comandante da base em Nébula e seu comandante geral.

Maravilha! Ele havia aprontado com quem não devia realmente! Sherman era conhecido por sua intransigência e brutalidade com seus subordinados que não seguiam sua cartilha na linha. Estava bem fodido!

~~***~~

Assim que desceu no porto espacial em Nébula Itieu estava bufando de raiva. Humano idiota, imbecil e retardado. Ele não tinha o direito de falar daquele modo com ele!

Fora apenas ser educado e conseguira uma patada. Merda!

Com a sua mochila nas costas olhou para as construções ao longe. Eram prédios altos e feitos de vidro fume blindado e metal. Superestruturas feitas para suportar furacões que naquele mundo tinham ventos que chegavam de setecentos quilômetros por hora. Havia um total de dez prédios e nada mais. Toda a região era cercada por uma cerca de cimento impedindo a visão das matas em volta.

O ar era quente, sufocante, extremamente úmido. Nuvens escondiam o sol sem alivio para o calor e foi com prazer que ele entrou em um dos prédios e sentiu o era condicionado funcionando.

O saguão de entrada era uma grande sala com sofás por todo o lado e televisões nas paredes passando programas da Terra. Eram recepções ao vivo que deviam vir da rede de comunicações muito bem formada pela Terra. Mesmo do outro lado da galáxia era possível ver um bom jogo de futebol.

— Itieu! – o general Sherman chegou até ele sorrindo.

Era um homem de estatura mediana, olhos castanhos que mostravam uma frieza que incomodava o rapaz. Havia uma longa cicatriz que descia do olho esquerdo e ia até seu nariz torto. A barriga proeminente mostrava que ele passava mais o tempo dentro de uma sala que em campo.

— General Sherman é um prazer conhecê-lo pessoalmente.

— O prazer é meu garoto – ele sorriu apertando a mão dele, mas seu olhar era de alguém avaliando uma bela mercadoria – Ainda bem que chegou, estamos para receber um grupo vindo de um planeta aqui perto e eu estava esperando contar com você para intermediar a conversa – enquanto falavam o general o ia levando ele para os elevadores panorâmicos – Reservei um quarto neste prédio para você, aqui ficam os cientistas de Harvard e é menos tumultuado que um monte de militares fazendo algazarra.

Ele deu uma risada e Itieu apenas sorriu. Algo naquele homem fazia seu instinto gritar a frase “Tome cuidado!!” o tempo todo. Havia muita cobiça dentro dos olhos negros de Sherman para ele confiar no humano.

Chagaram ao décimo andar e Itieu viu pelas vidraças que uma tempestade se iniciava lá fora, tão forte que não se via mais nada a não ser a água batendo nos vidros.

— É sempre assim – resmungou o general – Essas tempestades vem do nada, dizem que esse calor infernal que provocam elas. É bom que esse povo da universidade acha algo que presta nesse sistema, ou a Terra gastou dinheiro à toa.

— Pensei que iam colonizar! – o aurifense parou surpreendido.

— Me fale com seriedade filho, quem é que vai querer ir para esse fim de mundo com tantos planetas bons perto da Terra? Isso tudo é para dinheiro, conheço como a cabeça desses políticos trabalham – ele deu uma risada desagradável a abril uma porta de aço com um toque de mãos – Seu quarto menino. Ai vai achar um manual com alguns horários e um mapa. Amanhã as oito passo na recepção e pego você para que possamos encontrar os nossos convidados – ele acenou a saiu.

O rapaz entrou no quarto que era espaçoso com uma sala conjunta, uma cama com um armário e um banheiro.

Itieu sentou na cama dando um suspiro. Ele havia chegado e mesmo com alguns percalços ele estava indo começar o seu trabalho no outro dia.

Arrumou as suas coisas e pegou o potente radio sub espacial que seu papa lhe dera de presente. Era pouco maior que a palma da sua mão e com uma antena retrátil que o conectava aos satélites da Terra, ele até tinha os códigos que Andrew conseguira e ele nem queria saber como.

Ligou para a faixa particular da sua família e o rosto de seu papa apareceu na tela.

— Oi papa cheguei bem.

— Quanto tempo se demora para chegar nesse maldito lugar Itieu! – ele esbravejou com os olhos vermelhos.

— Não ligue para ele – Tiol apareceu na tela – Tudo bem mesmo filho?

— Sim pai. Foi uma viagem calma e os humanos da Terra são pessoas interessantes.

— O que você quer dizer com interessantes? – havia um brilho feroz nos olhos de Andrew e isso costumava dar medo em todo mundo.

— Espirituosos, educados. Tem uma boa conversa.

— Itieu eu sei que você tem juízo é um bom garoto, mas tome cuidado com esses humanos.

— Do mesmo jeito que eu devia ter tomado cuidado de você – disse Tiol para Andrew e isso lhe rendeu um chute nas canelas – Andrew!

— Mantenha essa sua boca fechada ou dou bem mais em cima!

— Papa, pai, eu preciso desligar. Tchau!

Andrew parecia querer falar algo, mas ele desconectou e desligou o radio antes que ele ligasse.

Seu papa era ótima pessoa, mas sufocava os filhos. Pegava tanto no pé de Itieu que ele nunca fora a uma sala dos jogos ou mesmo fizera sexo. Diabos! Ele nem mesmo beijara ninguém com medo de que seu pai surtasse!

Mas ele não fora para Nébula para isso. O que queria era adquirir experiência e voltar para Aurifen e prestar mestrado para dar aulas. Faria do tempo nos sistemas Taurinis um trabalho de campo e com isso ter mais pontos para a sua carreira.

Com um sorriso no rosto ele olhou para a janela onde a tempestade tinha ido embora com a mesma rapidez com que tinha chegado.

~~***~~

As neves do planeta Ghalib eram do formato de uma esfera. Consideravam esse formato perfeito para as naves, mesmo que a tecnologia não fosse deles.

Cerca de cinco mil anos atrás uma nave de um povo desconhecido que vivia no centro da galáxia caiu em Ghalib, naquela época vivendo ainda no que seria o século vinte da Terra.

Eles resgataram a nave, mas uma descompressão havia matado os seres vivos de dentro da nave, mas o restante da tecnologia sobrevivera e com ajudo da conhecida engenharia reversa eles foram aprendendo ao longo dos anos como cada uma das peças funcionavam e foram acrescentando características próprias.

Quinhentos anos depois eles lançavam sua primeira nave espacial, uma nave com velocidade superior a da luz e começaram a explorar os mundos cheios de curiosidade e por muito tempo eles eram os povos dominantes daquele ponto da galáxia até que os outros povos foram chagando cada vez mais perto até que agora eles tinham que lidar com eles à porta de seu planeta.

Kafen estava mais curioso que preocupado com eles. Seu povo não era de ficar por ai povoando outros mundos, seu sistema já era um problema sozinho para ele querer mais. Eram mundos ricos em minérios, flora e fauna assim eles tinham tudo que precisavam ali mesmo.

O príncipe guerreiro pensava nisso enquanto olhava para as estrelas pela janela do seu quarto na nave Grogan, o orgulho de sua frota.

A Grogan demorara dez anos para ser feita, mas depois de construída era considerada uma das maravilhas do universo.

Com mil metros de diâmetro a nave podia carregar uma frota inteira dentro dela e necessitava com uma tripulação de duas mil pessoas. Seu poder de fogo era tal que até mesmo pequenas estrelas podiam ser destruídas por ela.

Ele voltou a sorrir ao olhar para uma tela que tinha nas mãos. Ali podia-se ver o rosto de um rapaz de cabelos brancos, olhos vermelhos e de uma beleza que fazia Kafen lamber os lábios.

Ele precisava ter o ser exótico a qualquer custo e o colocar no seu harém de escravos.



Capitulo 3 – Capturado




Itieu olhava para a tela onde se podia ver na atmosfera uma imensa nave esférica. A Grogan era realmente uma maravilha da tecnologia, mas o aurifense achava que era muita ostentação para um povo que não tinha inimigos ou estava em guerra.

O que ele sabia sobre o povo de Ghalib? Eram guerreiros e admiravam a honra e o poder. Seu governo era monárquico e havia uma assembléia de anciões que ajudava no governo. Seu status vinha com a posse de escravos em haréns e seu planeta era bastante seco, mas tinham áreas de floresta principalmente no sul.

Não tinha muito informação mais já que não deixavam ninguém ir ao seu planeta natal, já que o consideravam sagrado.

Voltou a olhar para a tela vendo uma nave menor deixar à grande e rumar para Nébula.

— Essa gente – Sherman resmungava perto dele – São uns povões orgulhosos e tivemos que ficar pedindo para esse povo de merda para manter a base aqui, como se ele fossem grande coisa.

O aurifense franziu as sobrancelhas assim como outros que estavam na sala de estar do prédio da administração onde os visitantes iam ser recepcionados.

Havia dois diplomatas da Terra e um político que olhava Sherman com evidente desagrado. O homem falava demais.

Itieu ia apenas observar junto com os diplomatas, mas podia conversar com a delegação se assim o quisesse.

Logo a pequena nave esférica pousou no porto espacial e pessoas começaram a sair delas. Eram cerca de dez pessoas sendo que oito delas vestiam igual com que parecia um uniforme militar azul, mas dois vestiam roupas estranhas para Itieu. Eram calças largas feitas de um tecido leve e esvoaçante, camisas do mesmo tecido com o peito à mostra. Tinham colares e pulseiras e um deles tinha o cabelo muito longo. Era um homem de porte altivo e olhar frio que se podia ver mesmo pelas câmeras.

— Kafen Esam, príncipe guerreiro de Ghalib – disse um dos diplomatas perto dele.

Itieu olhou mais detidamente para aquele homem. Sua pele morena chamava a atenção, era como alguns humanos... como era a expressão? Ele era um mulato, seria classificado assim na Terra. Era um homem bonito e Itieu se viu olhando com desejo para o homem e logo revirando os olhos.

“Foco Itieu! Trabalho!” E era bom que ele lembrasse disso ou seu pai ia surtar.

Logo a comitiva chegou até a recepção e os outros se adiantaram para cumprimentar os recém chagados de outro mundo. O aurifense ficou de lado enquanto conversavam, mas logo o general foi até ele com um grande sorriso falso.

— Alteza este é o príncipe Itieu Tha Gaol, de Aurifen. Esta aqui como estudante.

Vermelho de raiva por Sherman ter usado seu nome completo e titulo ele fez uma reverencia para o homem à sua frente sem olhar para ele.

— Príncipe Kafen é um prazer conhecê-lo – disse com educação e depois de se levantar deparou com os mais intensos olhos verdes que já vira na vida.

Havia um estranho brilho ali, algo que fez Itieu ter arrepios.

— Parece que ambos somos da realeza príncipe Itieu.

— Por favor, aqui sou apenas um estudante sem titulo, sou apenas Itieu.

Ele sorriu e agora parecia um belo predador pronto para dar o seu bote o que fez os instintos do aurifense dispararem, mas o príncipe logo seguiu para cumprimentar os outros e todos foram para um salão onde haveria uma recepção.

~~***~~~

Enquanto bebia o excelente vinho da Terra, Kafen não deixava de observam o aurifense. Ele era quase da sua altura, talvez uns dez centímetros a menos, o que o tornava mais alto que todos os humanos. Ele se destacava com seus olhos vermelhos e cabelos brancos. O corpo era levemente musculoso e magro, do jeito com que ele gostava.

— Sabe que isso vai te deixar na maior encrenca da sua vida, não é? – Hafiz foi até ele segurando uma taça de um vinho espumante.

— Está tudo preparado – disse Kafen com um sorriso – Aquele general é um idiota, mas com o dinheiro certo pude conseguir tudo pronto para hoje. Alem disso o político sabe que só vou assinar pelo preço que coloquei.

— Kafen ele é um príncipe! Tem uma família em Aurifen. Eles vão dar por falta dele!

— O que eles poderão provar? Nada. Tudo foi pensado há semanas quando pedi escravos e Sherman me mostrou a foto dele e do humano. Serão dois seres exóticos no meu harém e me garantira bastante status entra os nobres do nosso povo.

— E desde quando você está ai para os nobres do nosso mundo? O status é apenas para o seu prazer, mas eu quero ver você domar uma pessoa como ele. Os aurifenses sentem prazer com a dor, são resistentes e muito fortes.

— Acho que eu sei lidar com um garoto Hafiz – disse ele contrariado com as palavras do irmão.

— Eu só queria por um pouco de juízo na sua cabeça, mas vejo que o seu desejo é mais forte que o bom senso!

— Você mesmo queria escravos humanos Hafiz!

— Claro que quero, mas quero escravos de contrato, escravos cuja família me venda eles e não seqüestro. Os humanos interiores têm bons mercados de escravos de acordo com Sherman, podemos ir até lá.

— Eu já me decidi!

— Está bem, nem uma palavra mais eu irei dizer. Espero que os deuses cuidem de nós de agora em diante.

— Clama irmão, vai dar tudo certo.

— Era exatamente isso que você me falava antes de fazermos arte e nossa mãe nos arrastar pelas orelhas para dentro de casa.

O príncipe deu uma risada lembrando daquela época, quando a sua família era unida e havia uma felicidade simples entre eles.

Lembrou do seu outro irmão que havia se afastado da família agora fazia agitação popular para liberdade dos escravos e para que as leis no casamento fossem mudadas.

Sabia que havia coisas que precisavam de uma mudança, coisas que ele mesmo tentava sem sucesso passar pelo conselho como impedir agressões no casamento e prender os dominantes em caso de estupro, mas ele nada conseguira até agora. A tradição ainda falava mais alto que a justiça.

O político humano foi até ele e começou a falar do tal tratado e Kafen teve vontade de bocejar. Ele ia assinar a bendita coisa depois que lera que os humanos não iam passar de Taurinis e que seriam os patrulheiros para impedir que povos hostis de se aproximarem daquela região. Com o tratado os humanos não podiam ir até o planeta deles sem que o conselho assim autorizasse e caso o contrato fosse quebrado eles teriam que devolver Taurinis para ele.

Voltou a olhar o aurifense que o olhava com intensidade e quando se viu pilhado ao observá-lo ficou vermelho e se afastou. Kafen riu consigo mesmo saboreando o momento de tê-lo em seus braços.

~~***~~

Itieu foi para o seu quarto depois da meia noite cansado de ter escutado as reclamações de Sherman o tempo todo e de ficar olhando para o ghal. Ele devia estar lá para ajudar nas negociações, mas nem mesmo isso houve. O príncipe assinou o contrato sem reclamar e voltou para a sua nave com sua comitiva para partir no dia seguinte sedo.

Ele estava com muito sono. Não entendia de onde vinha todo aquele cansaço. Tivera uma boa noite de sono e estava acostumado a dormir tarde.

Culpou a atmosfera quente e úmida do planeta a caiu na cama de roupa e tudo praticamente desmaiando.

Teve estranhos sonhos de ser carregado, depois de estar flutuando e por fim de ouvir alguém lhe falar em uma língua melodiosa e estranha.

Acordou com um sobressalto, a cabeça explodindo e os cabelos nos olhos. Sua mente estava confusa e quando deu por si estava nu, deitado de modo estranho. Com o coração saltando ele percebeu que fora preso a um bloco de ferro de modo a ficar ajoelhado e com o peito encostado no bloco. Tentou se mover e viu que estava preso por cordas ásperas e muito grossas nas mãos e pernas que estavam bem afastadas. Tentou falar, mas na sua boca tinha uma mordaça.

O que diabos estava acontecendo? Puxou as cordas, mas elas eram muito fortes.

— Espero que esteja melhor príncipe – disse uma voz com um sotaque carregado.

Quando o homem se abaixou Itieu soltou uma exclamação raivosa. Era Kafen com um grande sorriso e a luxuria brilhando nos olhos verdes.

— Lamento que tenha que ser desse modo Itieu, mas de agora em diante você é parte de meu harém, é meu escravo.

Ele se debateu tomado de raiva. Ele não era escravo de ninguém e aquele imbecil ia descobrir do que a sua família era capaz quando soubesse que ele o seqüestrou.

— Saiba que será menos doloroso se me obedecer, se bem me disseram vocês gostam da dor.

Ele levantou e foi para as costas no seu novo escravo olhando para as belas nádegas dele, do seu buraco rosado e só esperando pelo seu pênis que latejava de necessidade.

— Você vai ser bem tratado Itieu – ele apertou o dedo indicador no anus do rapaz – Será tratado como o príncipe que é se me obedecer e me der o prazer que quero ou pode ser espancado e trancado, isso é decisão sua.

O outro se debatia e resmungava, mas alem das cordas o sedativo que havia no suco do príncipe o deixava fraco o suficiente para Kafen fazer o que quiser com ele.

Com um tranco ele enfiou o dedo na entrada quente de Itieu que gritou de encontro à mordaça quando a queimação de ser invadido sem preparo roubou a sua respiração.

— Isso, geme para mim – ele entrava e saia com o dedo conforme a entrada de Itieu se alargava, mas ele sabia que teria que ficar bem mais larga para caber ele.

Levantou e foi até uma mesa onde alguns brinquedos foram enfileirados e escolheu o maior pênis feito de uma borracha dura e preto. Com satisfação voltou para junto do escravo que continuava a lutar contra as restrições.

Começou a introduzir o objeto sem lubrificante de forma brusca para ser o mais doloroso possível.

— Se for bonzinho escravo, eu paro e coloco o lubrificante – disse Kafen com apenas a ponta do pênis dentro dele, mas Itieu chorava de uma dor excruciante.

Ao ouvir as palavras do outro seu corpo retesou e ele foi tomado de raiva. Não ia se submeter a ele e para mostrar isso puxou as cordas com força.

— Foi escolha sua escravo – Kafen empurrou com tudo o pênis de borracha para dentro do outro.

Nada na vida tinha preparado Itieu para aquela dor. Era como estar sendo partido em dois. Seu corpo inteiro retesou e ele deu um grito mudo e ficou caído, meio desacordado no bloco onde fora amarrado.

— Muito bom – Kafen mexeu com o dildo dentro dele – Enquanto você é esticado vou me divertir com um conhecido seu.

Com um grande esforço Itieu levantou a cabeça e só então percebeu que na sala obscura onde estava havia outra pessoa presa em correntes que desciam do teto e com os pés firmemente presos no chão e as pernas afastadas. O aurifense arregalou os olhos ao ver Gael ali ainda desacordado.

— Um belo espécie humano, não acha? – perguntou Kafen segurando o queixo de Gael e erguendo o rosto do humano – Eles são menos resistentes a dor e isso os torna tão atrativos como escravos.

Kafen foi até a mesa pegando um chicote de varias pontas e voltou para o desacordado humano e sem piedade começou a surrá-lo e com isso Gael acordou assustado e com o coração disparado.

— O...

— Ola meu belo escravo – disse Kafen sem largar o flagelo.

— Pare! – ele gritou – O que você esta fazendo? Me deixe em paz!

— Você agora é meu humano – disse Kafen segurando com força o rosto do soldado.

— Quem diabos você pensa que é para dizer isso? Eu sou um humano livre e não um brinquedo de um idiota mimado.

— Tenha respeito – disse Kafen dando um tapa no rosto de Gael que deixou uma marca vermelha – Sou seu mestre agora.

— VÁ SE FERRA! – ele gritou mostrando toda a raiva nos olhos negros.

— Vai ser um prazer treinar você para ser um bom submisso. Você e o pequeno príncipe.

Só então Gael pode olhar em volta e viu assustado Itieu naquela posição, o rosto muito pálido pela dor.

— Que tipo de pessoa é você? – ele gritou para o ghal – Quem ti da o direito de nos maltratar e seqüestrar? Seu idiota louco!

— Cale a boca!

O chicote voou em direção aos testículos de Gael. O soldado fez força para não mostrar a sua dor, mas logo gemia e ofegava tentando escapar fazendo barulho com as correntes ao sentir cada chibatada de encontro ao seu pênis e bolas.

Quando acabou Kafen olhou para o escravo vermelho de surra e ofegante.

— Lindo, é assim que eu quero você.

Ele retirou a roupa mostrando o longo e escuro pênis ereto. Segurou Gael pelo quadril e empurrou o buraco dele de encontro ao seu longo pau e entrou com uma forte estocada dentro do escravo que começou a gritar esquecendo todo o orgulho, a dor era muita para sua sanidade.

Kafen estocava fundo e forte levantando ele do chão e repuxando as restrições dos seus pés.

— Delicioso – disse Kafen cada vez mais forte e rápido, mas ele logo se retirou de dentro dele – Mas não posso deixar de dar atenção ao nosso príncipe aurifense.

Itieu retesou de medo quando Kafen foi até ele e puxou o pênis de borracha o que lhe deu um alivio momentâneo já que o ghal enfiou com força o grande pedaço de carne que tinha entre as pernas nele.

O corpo de Itieu não estava recuperado das drogas e todo o sofrimento fez ele desmaiar assim que Kafen gozou dentro dele com um rugido de prazer.

— Maravilhoso – disse ele sorrindo e acariciando os cabelos dele – Foi um bom negócio como tinha previsto.


Capitulo 4 – O Harém do Rei




A Grogan entrou na atmosfera do planeta e se dirigiu para o estado de Layeli onde ficava a capital do império dos ghals. Nas telas da nave se via a capital Shams, brilhando imensa perto na região das águas. A capital foi construída em um grande entroncamento de rios e assim havia água por toda a parte assim como jardins e bosques. Em todo o lugar havia algo verde ou colorido. A leste da cidade ficava o espaço porto imenso onde as naves militares da frota ghal.

— Vai ficar de bico o tempo todo? – perguntou Kafen para Hafiz que estava sentado do lado dele em duas poltronas perto de uma grande tela panorâmica.

— Sabe que ainda estou preocupado com o que fez Kafen, mas agora estou contrariado por ter tratado eles daquele modo. Fez o aurifense desmaiar?

Kafen olhou feio para o irmão. Ele era o Príncipe Guerreiro e não devia explicações de sua vida para ninguém, mas Hafiz era sua família e ele respeitava muito isso.

— São meus escravos agora Hafiz, devem me dar prazer.

— Eu sei – o príncipe se admirou ao ver a dor nas palavras do irmão – Sabe eu olhei para aquele povo estranho e vi que não tinham escravos.

— Será que pode dizer logo o que esta entalado em sua garganta?

— Ta certo! Eu estive pensando se o que fazemos esta certo.

— E o que fazemos?

— Escravizar e maltratar os mais fracos.

— Nós não maltratamos as pessoas Hafiz – ele já estava ficando contrariado com aquilo.

— Não? O que fez agora pouco?

— Olha eu posso ter me excedido Hafiz, mas logo eles vão também ter prazer como todos dos nosso harém.

— São pessoas de mundos diferente Kafen. Tome cuidado. O aurifense é muito resistente, mas viu como são os humanos. Quebram fácil.

Kafen virou o rosto contrariado para a tela onde eles desciam para o espaço porto onde linhas gravitacionais foram instaladas para suportar o peso da nave e ela não afundar no solo com seus milhões de toneladas.

— Finalmente em casa – disse ele feliz e aliviado.

— Preciso voltar para Mizmar – disse Hafiz se levantando com ele.

— Não ficara nem uns dias?
— Não posso. Estamos com problemas com aqueles benditos beduínos do deserto. Estive tentando um encontro com os chefes das tribos e só consegui silencio.

— Use o meu nome, acho que isso vai surtir algum efeito.

— Naqueles velhos? – Hafiz sorriu para o irmão enquanto o acompanhava para sair da nave.

Eles desceram os elevadores rumo à saída da nave e desceram a rampa junto com outros oficiais que cumprimentavam eles com respeito. Dois guardas desciam arrastando Itieu e Gael, nus e presos em correntes nos pulsos, tornozelos e agora ambos tinham as coleiras de prata dos escravos.

— Precisava disso? – resmungou Hafiz para Kafen – Eles tinham que ser humilhados desse modo?

— É o melhor modo de saberem o seu lugar – disse Kafen desviando os olhos dos escravos e descendo a rampa para o carro oficial que esperava por eles.

~~***~~

Itieu e Gael foram empurrados para a carroceria de um caminhão sem janelas. O aurifense aterrissou com um baque no chão metálico assim como o humano que ficou quieto e mole no chão.

Ele se arrastou para Gael percebendo que ele não estava bem.

— Gael?

O outro não respondeu e Itieu tocou na testa quente dele percebendo sua febre, alem de tudo o humano parecia em choque ele mesmo se sentia dolorido por tudo e cheio de uma raiva surda por ter sido estuprado por aquele ghal maldito, mas a maior humilhação foi terem colocado uma coleira nele e o obrigado a desceu nu em meio às pessoas.

As portas foram fechadas e eles ficaram na escuridão da carroceria e sacolejaram por muito tempo até que o veiculo parou e alguém abriu a porta com tudo.

— Saiam logo – resmungou um guarda mal humorado.

— Gael? – Itieu segurou o braço do rapaz e o ajudou a sair da carroceria.

Haviam mais guardas lá fora. Estavam em um pátio largo e ladrilhado por pedras escuras e onde havia um grande portão de madeira todo trabalhado com flores esculpidas. O guarda segurou suas correntes e deu um puxão forte derrubando Gael no chão.

— Imbecil! – xingou Itieu cheio de raiva para o guarda que o olhou rindo e apertou algo em sua mão e imediatamente a sua coleira vibrou e seu corpo foi sacudido por um choque que o pôs de joelhos.

— O que pensa que esta fazendo? – um rapaz vestido com uma calça larga de seda e uma camisa do mesmo tecido havia aberto o portão e tomava o controle do guarda com raiva – Que direito tem de aplicar disciplina aos escravos do príncipe quando você não é nada?

— Cale a boca escravo – rosnou o guarda.

— Vocês tem suas ordens! Tirem as corrente e saiam daqui!

O guarda parecia que ia retrucar, mas um homem alto e forte saiu do portão. Ele se vestia como os guardas, com uma calça de tecido grosso, botas de cano alto pretas e jaqueta, mas enquanto as dos guardas que vieram com eles do espaço porto eram azuis as roupas daquele homem eram brancas.

Eles foram soltos e o rapaz correu para ele perguntando:

— Tudo bem?

Itieu deu um pulo para trás com medo do que podia acontecer com ele, mas nos olhos negros do rapaz ele apenas viu bondade.

— Esta tudo bem – ele levantou as mãos – Meu nome é Raqsa e eu vou cuidar de vocês – olhou o guarda – Kamar pegue o outro, ele parece doente.

O grande homem acenou com a cabeça e pegou Gael que estava no chão tremendo e pálido.

Itieu olhou em volta vendo que não havia saída. Do outro lado do pátio havia outro portão ainda mais alto que aquele e com dois outros guardas e alem de tudo aonde ele iria naquele mundo.

Aceitou a ajuda de Raqsa para se levantar.

O rapaz era da altura de Gael com a pele morena, os cabelos em cachos emolduravam um belo rosto onde se destacavam olhos verdes e inteligentes.

— Venha.

Eles entraram em um jardim. Era muito grande, como um parque, mas cercado de muros de mais de dez metros de altura. Haviam muitas árvores, canteiros e pequenos córregos por todo o lado. Uma grande construção branca e cheia de arcos chamou a atenção de Itieu por sua beleza arquitetônica. Eles foram para lá e ele percebeu que estava cheio de rapazes em vários níveis de nudeza espalhados em poltronas e almofadas, nadando em piscinas de pedra ou simplesmente ao sol em posições languidas.

Ele já havia ouvido falar de lugares como aqueles e percebeu que estava em um harém.

— Venha – Raqsa o puxava para a construção onde ele pode ver a construção melhor.

Haviam uma larga e arejada varanda em volta de toda ela. O piso era de uma pedra rosa muito polido e as paredes brancas cobertas de quadros de paisagens e guerreiros. Haviam divãs por todo o lado com muitas almofadas e mantas. Dentro havia uma grande sala onde pode ver uma televisão de tela plana cobrindo parte de uma parede e muitos sofás e pequenas mesas com tampo de vidro e cadeiras de ferro fundido. Havia um corredor que lavava aos quartos e eles entraram por eles indo até o fim onde o rapaz abriu a porta e ele pode ver que era um quarto grande e arejado com duas camas, poltronas perto da janela que dava para um jardim e uma fonte, uma mesa com duas cadeiras e outra porta onde Raqsa mostrou o grande banheiro em mármore azul muito comum naquele planeta.

— Deixe-o ai – disse ele para o taciturno guarda que colocou delicadamente Gael em uma cama, acenou para Itieu e fez um carinho em Raqsa antes de sair.

— Apenas Kamar pode ficar aqui – disse o rapaz sentando perto do humano e tocando a sua testa – O príncipe sabe que ele é um homem discreto e fiel, não toca nos seus escravos.

— Mas...

— Ele é meu marido – ele deu uma risada – Meu príncipe me libertou para que pudesse ficar com ele desde que continuasse a cuidar do harém, sou muito grato a ele.

— Grato? – Itieu colocou toda a sua raiva e nojo naquela palavra – Ele é um seqüestrador nojento e um estuprador desgraçado. Olhe o que fez a ele!

— Lamento por você e seu amigo, mas eu era um prostituto de rua quando ele me pegou e colocou no harém. Foi gentil e me deu muito, eu sou grato a ele – olhou Gael – Mas ele não é de fazer isso.

— Raqsa deve haver um modo de fugir daqui! – Itieu se aproximou dele com urgência na voz.

— Como se chama? – perguntou o ghal com sua voz calma.

— Me desculpe, sou Itieu Tha Gaol de Aurifen.

— Prazer Itieu. Respondendo a sua pergunta, pode ser que consiga sair do palácio, mas enquanto estiver com a coleira pode ser localizado em qualquer lugar e alem disso as naves de Ghalib tem uma assinatura genética, se não for ghal não poderá ligá-la.

— Não preciso ligá-la – disse ele cheio de raiva – Preciso apenas de um radio e meus pais vão saber. Quero ver Kafen manter a sua empáfia com a frota da federação na sua porta.

— Você tem o direito de querer a liberdade Itieu – Raqsa se levantou – Mas já pensou no povo do meu mundo? Eles não têm culpa de tudo isso e a federação não vai pensar desse modo. No final nós é que sofreremos.

— Eu não quero isso Raqsa!

— Desculpe – ele ficou vermelho – Eu acabei usando o meu povo para ti assustar. Se eu pudesse ti ajudar eu faria. Todos nós aqui estamos por contrato, cada um de nós aceita ser escravo de um harém e ser paparicado, é um estranho precedente um escravo seqüestrado.

— Ah! – Itieu estava cansado e por isso acabou sentando – Acho que o que quero agora é um banho e vestir algo.

— Olha o que faremos você pode tomar um banho enquanto chamo um médico para seu companheiro. Há roupas nos armários e você pode usar.

Itieu olhou para o rosto vermelho de Gael e aceitou indo para o banho desanimado.

Raqsa fez um carinho em Gael e saiu do quarto, no corredor Kamar esperava por ele com os braços cruzados e a expressão fechada.

— Vou pedir para o doutor Meride olhe um deles.

— Isso vai trazer problemas Raqsa. Eles não são como nós.

— Eu sei quem um deles é, ele é um príncipe. Vi na TV um dia contando a história daquele mundo distante.

— Ficar contra a Terra não é um bom negócio, mesmo com a frota que temos a federação nos esmagaria em segundos.

— Temos que ter cuidado – olhou o corredor – Há muitas orelhas por ai. Mesmo que Kafen seja o nosso melhor príncipe há um complô para que ele seja destituído e a antiga ordem volte.

Kamar tocou no rosto de Raqsa.

— Que a Grande Alma cuide de nós se isso acontecer. O antigo regime nos separaria e mataria você por ter casado comigo.

— Eu ouvi dentro do palácio e ouvi Hamdu falar que ia ter uma conversa com o príncipe hoje – ele abraço Kamar encostando a cabeça no largo peito do guarda sentindo as batidas firmes do coração dele.

— Hamdu Asef? Do serviço secreto?

— Ele e Kafen são amigos há anos e o príncipe confia nele como nem um outro. Ele precisa saber o que o conselho esta fazendo – Raqsa esfregou o rosto no peito dele sentindo o cheiro de canela que o marido tinha.

— Pare assim vou me esquecer que estamos trabalhando e ti encosto nessa parede e faço amor com você!

— Ora estamos em um harém – Raqsa mexeu as sobrancelhas sorrindo e Kamar riu dando um beijinho na ponta do seu nariz.

— Pare com isso.

— O que pensam que estão fazendo? – disse uma voz desagradável atrás deles e Raqsa revirou os olhos – Isso não é lugar para dois empregadinhos ficarem se agarrando!

— Porque não vai se queimar no sol até virar cinzas As’ah!

Ele se virou olhando para o escravo. Era um rapaz de pele cor de cobre, olhos de um verde claro translúcido, cabelos lisos até os quadris e rosto fino e atraente. Seu corpo era esguio, mas com alguns músculos. Era do norte e um dos mais belos escravos do príncipe.

As’ah era um rapaz cheio de si, desagradável e que tratava todos com descaso graças ao seu titulo de preferido do príncipe. Gostava de espezinhar os outros escravos e transformar a sua vida em um inferno.

Suas roupas eram sempre transparentes mostrando todo seu corpo e ele usava apenas uma calça folgada onde se podia ver claramente o pênis e bolas onde um fio de ouro e diamantes estava enrolado mostrando seu status.

— Morda a língua escravo de casa. Eu estou muito acima de um resto como você!

— Claro que sim – Raqsa passou por ele esbarrando no seu ombro – Está tão cheio de si que esta subindo para o céu como um balão – olhou Kamar que estava com o rosto vermelho de raiva, seu marido não podia dirigir a palavra a nem um escravo – Kamar cuide da porta e não deixe nem um entrar.

Ele inclinou a cabeça enquanto As’ah olhava para ele com o desdém que se dá a algo sujo no chão e saiu pisando duro atrás do outro.

~~***~~

Kafen não estava nada feliz com o que Hamdu estava lhe contando e mesmo que confiasse a sua vida nele, achava que o seu chefe da inteligência estava enganado.

— Você não esta acreditando, não é? – frustrado Hamdu balançou a cabeça.

Hamdu Asef era da idade de Kafen e foram amigos de escola. Enquanto Hamdu foi para uma faculdade, Kafen foi para a cidades do norte viver com os nômades e lutar nas arenas, mesmo que legalmente elas fossem ilegais. Sua pela era clara, dourada, mostrando sua descendência do povo do sul. Os olhos verdes escuros eram frios e determinados, o corpo era musculoso e magro.

— Eu acredito em você Hamdu, mas acho que as informações que chegaram só podem estar erradas. Foi o conselho que me colocou no poder, porque agora ia conspirar para me tirar daqui?

— Porque achavam que você podia trazer o antigo regime de volta já que viveu por muito tempo entre os tradicionalistas nômades. Mas você não fez isso e na verdade esta mudando as leis em favor dos escravos e submissos, isso os deixa loucos.

— Certo – Kafen se levantou indo para a janela que dava para os jardins – Suponhamos que eles estejam querendo me derrubar. Quanto poder eles podem ter para isso? Acha que podem influenciar o exercito?

— Não, mas parte do alto escalão sim. Eu disse para você que eles deviam ser trocados Kafen. Eram leais as loucuras do antigo príncipe e agora estão querendo voltar para suas orgias regradas a assassinatos e torturas.

— É uma acusação pesada Hamdu.

O agente suspirou passando as mãos pelos cabelos curtos.

— Todo o relatório esta em seu computador pessoal. Leia e pense Kafen, enquanto isso temos outro assunto grave para tratar – olhou duro para ele – Você seqüestrou duas pessoas de raças diferentes?

— Eu não quero conversar sobre isso Hamdu!

— Kafen, são pessoas livres. Se as queria devia ter apresentado um contrato, não feito o que fez. Você sabe sobre a federação da Terra e sabe o poder que ela tem.

— A Terra não vai ter nada contra nós. Seus próprios soldados estão traficando e são bons para encobrir isso.

— Tudo bem, eles podem não descobrir, mas e nós? Se estamos tentando mudar o velho regime, como vamos fazer isso se agimos como eles?

— Hamdu eu lamento, mas isso não está em discussão! – Kafen foi duro – Os escravos são meus agora e fim de conversa. O que posso dizer é que não vou mais seqüestrar nem um estrangeiro, alem disso meu status frente aos nobres vai subir.

— E seu status frente ao povo Kafen?

Kafen endureceu o rosto teimosamente. ELE era o Príncipe Guerreiro! Ele sempre estava certo, mesmo que dentro de si uma pequena voz lhe perguntava o que diabos estava fazendo!




Capitulo 5 – Andrew ao Ataque



Frustrado Andrew jogou o controle do comunicador longe. Já fazia dois dias que ele não tinha noticias do filho e mesmo com a noticia da Federação que uma supernova estava atrapalhando as comunicações ele sentia que tinha algo errado e em todos aqueles anos havia aprendido a confiar em seus sentidos.

— Mal humorado de novo? – perguntou Ian que estava de visita.

— Eu estou preocupado Ian, isso é pecado por acaso? Vocês todos devem achar que sou algum tipo de pai controlador idiota que não dá abertura para os filhos!

A expressão de Ian dizia tudo e Andrew bufou se segurando para não chutar a grande estrutura que era o radio sub espacial.

— Sabe você não mudou nada – Ian deu uma leve risada.

— Você também Ian, continua a mesmo chato de fala mansa – o outro voltou a bufar a sentou em uma poltrona.

Ian tentou não rir do outro. Um Andrew mal humorado era sempre um perigo.

Em todos aqueles anos Ian havia encorpado um pouco, ficado com a pele morena destacando os olhos azuis, mas ele sempre seria uma pessoa calma, que os lideres populares procuravam quando precisavam de algo do imperador. Ainda tinha o rosto jovem e sem rugas, mas quem olhasse dentro dos seus olhos veria tudo o que ele já passou.

Já Andrew não parecia ter mudado nada em dezesseis anos. O rosto jovem mostrava a sua descendência dos povos do centro da galáxia que envelheciam muito mais tarde. Talvez uma mudança em Andrew fosse que ele tenha se tornado mais teimoso ainda, Tiol costumava falar isso nas reuniões de família sem que ele ouvisse.

— Eu sei que tem alguma coisa de errado!

— Você só esta com saudades Andrew. Sempre manteve seus filhos perto dos seus olhos e isso pode ser o que está dificultando a sua adaptação sem eles.

Andrew revirou os olhos. Estava ficando cansado de ter que conversar com as pessoas e elas acharem que ele é algum tipo de idiota que precisa de um psicólogo para deixar os filhos saírem de casa.

Certo ele podia ser super protetor e coisa e tal, mas algo em seu coração dizia que tinha algo de errado e ele estava disposto a averiguar!

— Tio Ian! – Erant abraçou Ian com carinho e Pablo pulou no colo do tio abraçando ele pelo pescoço.

— Assim vocês vão matá-lo e vamos ter que responder ao Imperador.

— Papa com ciúmes! – gritaram os dois e pularam no pai com tudo quase jogando ele fora da poltrona.

— Suas pestes! – Andrew ria da exuberância dos filhos.

— Eu queria saber se eles podem ficar uns dias no castelo – Ian disse olhando o amigo – Tales chamou Brit e vão fazer um acampamento nos jardins para aproveitar as férias.

— Podemos papa?

— É papa, podemos?

Os dois meninos praticamente o balançavam e ele se esforçava para não rir.

— Acho que podemos negociar.

— Af! – Erant resmungou cruzando os braços fazendo um grande bico parecendo demais com o seu papa nesse momento – Que tipo de negócio?

— Que tal o de obedecer seus tios heim?

Erant olhou Pablo que coçava a cabeça.

— Papa achei que a gente sempre devia fazer isso! – o mais novo parecia confuso e nesse momento Ian não agüentou e caiu na risada.

— Vão arrumar suas coisas! – disse Andrew fazendo cara feia para eles o que não impediu deles pularem novamente no pai e correrem escada acima.

— Prometo cuidar deles essa semana. Vai ser um bom tempo para ficar sozinho com Tiol.

— Aquele cabeça de vento? Pois, ele está ao norte e por mim ele pode ficar lá até virar uma estátua de gelo! Só vou sentir falta de uma parte de sua anatomia!

Ian ficou vermelho e balançou a cabeça.

— Sabia que você precisam parar de brigar?

— E onde vai estar à graça da vida?

— Certo, desisti de entender a sua lógica já faz muito tempo, mas se está só porque não vai com a gente?

— Obrigado Ian, mas vou ficar com o meu jardim que nos últimos tempos está parecendo uma mata fechada, além disso, a coisa que chamo de marido deve chegar amanhã.

— Tudo bem.

Mas logo que Ian saiu com as crianças, jardim era a ultima coisa que Andrew pensava. Ele ia saber o que estava acontecendo com seu filho de qualquer modo.

Arrumou uma bolsa com roupas e documentos e deixou um bilhete para Tiol em cima do rádio sub espacial e entrou no seu carro indo rumo à capital econômica Mailt.

A cidade fora inteiramente reconstruída depois da guerra. Crescera bastante em todos aqueles anos e agora nas ruas viam-se não apenas os aurifenses puros, mas muitos mestiços e humanos convivendo cordialmente.

Durante anos a população relutou em aceitar isso, mas os jovens que foram chagando não estava mais interessados em preconceitos ou coisa de raça pura. Eles haviam crescido em um mundo onde não haviam mais escravos e queriam continuar assim.

Andrew foi em direção ao espaço porto muito movimentado com naves pousando e levantando voo o tempo todo, mas eram naves de curto alcance, destinadas aos mundos do sistema e principalmente à lua Aurilien.

Ele pegou um ônibus espacial que ia rumo à lua e em poucos minutos estava no imenso porto espacial onde naves da Federação se abasteciam, trocavam mercadorias ou faziam a manutenção para partir para pontos mais distantes de Via Láctea.

O especo porto tinha dez quilômetros de lado a lado e era afeito de um material mais duro que o concreto para suportar o peso até da maior nave. Dividido em setores à direita podia se ver naves mercantes de todos os tamanhos e formatos e à esquerda as naves em forma e disco dos agentes da federação da Terra.

Sabia que nem um transporte o levaria a onde ele queria ir, na sua maioria eram naves mercantes, mas havia algumas naves patrulhas em meio a elas.

Agora que ele estava ali começou a pensar se o que ele estava fazendo não era uma loucura, mas espantou esse pensamento como que espanta uma mosca. Estava preocupado com o filho e ia atrás dele e fim de papo.

O único modo de ir rumo ao sistema Taurinis era se ele alugasse uma nave e as melhores eram dos saltadores, um tipo de comerciantes que iam de mundo a mundo trocando e comerciando qualquer coisa e por vezes sendo contratados como mercenários.

— Certo – Andrew segurou a mochila partindo para as fileiras de naves mercantes – Agora eu só tenho que achar uma.

~~***~~

O médico era um homem calado de cabelos brancos que falava em uma língua que Itieu não conhecia, mas Raqsa falava fluentemente. Ele deu ao ex-escravo um vidro com um liquido se inclinou para ele e para Itieu saindo.

— Ele disse que Gael vai melhorar se tomar o remédio – levantou o frasco e sorriu – Ele não conhece humanos, mas eles são parecidos com os ghals.

Itieu se sentia melhor depois de um banho e colocar algumas roupas mesmo que elas fossem muito estranhas. Eram largas e suaves, feitas de um tecido fresco e liso.

Ele sentou perto de Gael olhando preocupado para o rapaz ainda inconsciente. Passou a mão pelos cabelos dele lembrando do rapaz humanos combativo que não se entregava fácil.

Com os seus carinhos os olhos dele foram se abrindo lentamente mostrando os belos olhos negros que de inicio pareciam confusos, mas depois ele pareceu acordar e deu um pulo da cama olhando em volta tremendo.

— Pensei que fosse um pesadelo – disse com a voz tremula olhando em volta e fixando seu olhar no rosto sorridente de Raqsa – Fui seqüestrado por um doido? Como isso pode acontecer em plena federação?

— Bem fomos os dois seqüestrados Gael – disse Itieu com um toque de mau humor.

O humano o olhou com raiva como se fosse culpa dele estar ali.

— Acho que você não vai ter problemas, seu povo vive para trepar.

— Que? – Itieu levantou da cama – Quem ti deu liberdade de falar do meu povo humanos da Terra? O fato dos aurifenses gostarem de sexo não quer dizer que eu compactuo com estupros!

— Não é isso que se houve pela galáxia.

— Não sabia que você ficava por ai ouvindo fofocas! Esperava mais de um oficial da Terra.

— Eu não escuto fofocas aurifense! Eu leio o que os jornais do meu mundo falam de gente como vocês!

— Gente como nós?! – os olhos de Itieu brilharam de fúria – E o que dizer de gente como você? Um punhado de falsos puritanos que se escondem atrás de uma fachada para não mostrar o fogo que tem. Meu povo é honesto, coisa que o seu devia aprender a ser!

— Eu acho que brigar não é o melhor caminho – disse Raqsa sorrindo – O príncipe pode não gostar se entrar aqui.

— Eu quero que o seu príncipe vai para o inferno! – gritou Gael cheio de raiva – Meu pai está morrendo e eu tenho que ficar aqui porque um idiota mimado me seqüestrou. Se o meu pai morrer e eu não estiver lá eu juro por tudo que é mais sagrado em todo esse universo que não vai haver lugar para ele se esconder, porque eu vou matá-lo, arrancando pedaço a pedaço dele!

Havia tenta raiva nos olhos de Gael que Itieu esfriou da sua discussão. Lembrou de seus pais e sabia como o humano se sentia. Se fosse com ele também ia estar cheio de raiva e revolta.

Uma batida na porta revelou Kamar que olhou para Raqsa e depois para Itieu.

— O Príncipe Guerreiro está ai e quer vê-lo Itieu.

O que adiantava ele não ir? Ia acabar sendo arrastado e humilhado. Com um ultimo olhar para o rosto vermelho de Gael ele acompanhou Kamar para fora do quarto.

Foram para uma parte do jardim onde uma fonte gorgolejava em um prato de pedra em meio a árvores onde flores de mais de sessenta centímetros cresciam. Um perfume de mel pairava no ar que agora estava mais úmido. Haviam poltronas cheias de almofadas em torno dela onde estavam os escravos do harém e em torno de Kafen o acariciando.

Ele olhou com desdém para a raiva que Itieu demonstrava e se levantou parecendo um gato pronto para a caça.

— Parece que está bem melhor.

O aurifense se segurou para não xingá-lo, mas estava cheio de segurar os seus sentimentos e pareciam que eles iam explodir dentro dele.

Tomado de uma raiva como ele nunca havia sentido, seu um empurrão em Kafen vendo com prazer que o jogava longe. Agora ia mostra a força que o seu povo tinha.

— Ora o meu escravinho esta mostrando as garras – disse ele cheio de prazer se levantando.

— Acha mesmo que pode comigo ghal? – disse Itieu com desprezo.

— Acho que vamos ver.

Ele fez um sinal para Kamar ficar onde estava e avançou para o outro que desviou com rapidez de Kafen e empurrou as suas costas o fazendoele voar para um grande arbusto. Os outros escravos do harém exclamaram horrorizados com o que viam.

— Seu escravo desgraçado! – Kafen estava realmente com raiva ao sair do meio do arbusto cheio de folhas nos cabelos e na roupa.

Com rapidez retirou um aparelho do bolso a apertou, na mesma hora Itieu gritou em agonia e caiu de joelhos ao se ver eletrocutado pela coleira.

— Saiba que é ai que você deve estar – disse Kafen empurrando para que ele caísse no chão ainda se contorcendo e gemendo pela intensidade do choque.

Com os músculos em convulsão Itieu percebeu que não ia conseguir se defender de Kafen e o outro aproveitou para segurar a sua coleira e o arrastar para um canto do jardim onde havia um cômodo.

— Meninos vamos dar as boas vindas a ele – disse Kafen sorrindo.

Ele ouviu risadas e ele foi erguido por muitas mãos, sua roupa retirada com brutalidade a ponto dela rasgar e uma corda começou a ser amarrada em torno dele com complicados nós e padrões. Seus braços foram presos para trás com força, a corda apertou seu tórax e uma barra afastou suas pernas até mais não poder. Suas bolas e pênis também foram amarrados de forma firme que o fez gritar de dor.

De repente suas cordas foram presas a ganchos e ele ficou suspenso no ar de forma extremamente desconfortável. A barra foi retirada das suas pernas já que as coradas as mantinha abertas.

— Você está lindo – disse Kafen rindo e acariciando a sua entrada – Totalmente ao meu dispor – sem retirar os olhos dele Kafen forçou três dedos a entrar dentro dele com força e Itieu gritou se contorcendo – Vamos lute! Adoro um pouco de ação.

— Seu desgraçado! – Itieu quase chorava de dor.

— Talvez um pouco de entusiasmo ajude – disse As’ah com a voz toda doce chagando perto com uma bandeja onde se viam alguns dildos de várias cores e todos de grande tamanho e muito grossos e uma seringa.

As’ah estava nu, apenas com as jóias em torno das bolas e do pênis, agora ereto fazendo a corrente de ouro tilintar.

— Meu belo As’ah – Kafen puxou o escravo para perto dele – Você cuidaria de Itieu para mim, não é? Só acho que ele não precisa do afrodisíaco.

— Claro mestre – o outro ronronou – Tudo que quiser.

Kafen riu e deixou o outro chegar perto de Itieu que não conseguia ver o que estava acontecendo, mas pode sentir quando algo grande e foi introduzido com força desnecessária em seu ânus.

— Meu mestre me deu o presente de adestrá-lo e vou fazer isso com prazer – disse As’ah enfiando ainda mais fundo o dildo de borracha dura e depois puxando para fora e voltando a empurrar ele para dentro.

O escravo segurou a corda que estava em torno de suas bolas e pênis e puxou com força fazendo Itieu gritar de dor.

As’ah ria sádico. Enquanto empurrava o dildo ele puxava a corda nos testículos do aurifense.

— Sabe faz tempo que não enfio o meu pau em alguém – disse ele retirando o dildo e acariciando o longo pênis – Ma acho que você pode dar conta de algo mais, não é?

Ele pegou uma longa aste de aço que tinha bolas em toda a extensão e começou a enfiar no buraco do outro que nunca na vida pode imaginar tal dor. Quando toda a aste estava dentro As’ah começou a empurrar o seu pênis para dentro da entrada de Itieu que estava cheia com a vara. O escravo empurrava sem dó e puxava a corda em seu pênis com uma força que ele achou que o outro ia arrancar seu membro.

— Tão bom – gemeu As’ah ao ver todo seu penis dentro dele.

O outro começou as estocadas balançando ele nas cordas e usando a corda em seus testículos para estabilizá-lo.

Itieu não sabia quanto tempo durou essa tortura, mas logo ele sentiu o esperma quente do outro encher o seu canal.

— Foi bom? – perguntou Kafen vendo o escravo sair de dentro do outro e o sêmen escorrer do ânus e cair no chão.

— Muito bom mestre.

— Acho que não posso demonstrar favoritismo, não é? – olhou para os outros escravos – Quero que me deixem feliz. TODOS vocês devem foder o escravo novo com força. Estão liberados para brincarem com ele o quanto quiserem. Tem o dia todo para isso.



Capitulo 6 – As Consequências dos Nossos Atos



Já era noite quando Itieu acordou percebendo que era levado. Seu corpo todo doía em uma angustia indescritível. Até respirar era uma agonia que ele não queria fazer e depois de todas àquelas horas ficou pensando se realmente não ia morrer nas mãos daqueles escravos.

Foi torturado de todas as formas possíveis e depois de algumas horas ele parou de gritar, já estava sem voz.

— Pelos deuses! – ouviu a exclamação de Raqsa – Kamar o coloque na cama e vá logo chamar o médico. Rápido!

Se estava tão mal porque não morria de vez? Porque se agarrar à vida depois do que passara?

— Itieu? – Raqsa passou um pano molhado em seu rosto inchado – Itieu está me escutando?

Ele não respondeu, sua garganta estava em carne viva e mesmo que quisesse ele não ia conseguir.

Gael tremia ao olhar para o corpo maltratado do aurifense. Ele estava coberto de sangue e sêmen com cortes por todo o lado e seu rosto era uma massa de roxos e estava tão inchado que ele duvidava que o rapaz pudesse abrir os olhos.

— Porque isso? – Raqsa gemia tentando limpar um pouco dos machucados dele – Ele nunca tratou nem um de nós assim! Como pode fazer isso com o rapaz?

— Ele não é nosso dono? – havia amargor na voz de Gael – Pode fazer o que quiser.

O ghal o olhou de um modo estranho e voltou a tentar limpar Itieu.

O doutor Meride chegou e ficou pálido ao olhar para o escravo ferido, mas não disse nada, apenas começou a limpar e fazer curativos. Ele passou uma loção que teve o efeito imediato de desinchar os locais mais atingidos. Virou o garoto e foi examinar seu ânus rasgado e Itieu começou a chorar de dor e vergonha. No fim Itieu estava cheio de gaze e o médico lhe aplicou um remédio para a dor.

— De isso a ele de cinco em cinco horas – disse o médico dando algumas cartelas de comprimidos para Raqsa – Virei amanhã mudar os curativos – voltou a olhar para Itieu e seu rosto se contorceu de raiva – Que os deuses tenham piedade do nosso mundo Raqsa. Se ele trata os escravos assim, imagina como vai tratar do povo.

— Doutor ele...

— Olhe garoto eu já vivi muito nessa vida e sei uma coisa conhecemos as pessoas pelo modo como ela trata os inferiores – inclinou para Raqsa e saiu.

Gael foi sentar perto da janela aberta olhando para um pedaço do céu que via por entre as árvores e deixou que uma única lagrima caísse do seu olho.

~~***~~

Kafen contratara o doutor Merida por sua descrição e por ser uma pessoa confiável. Gostava do velho médico que servira nas guerras no deserto e sempre fora seu amigo.

— Doutor, por favor, sente – ele apontou para a cadeira em frente a sua escrivaninha.

Estavam em seu escritório, um cômodo pequeno com alguns quadros, sofás e em uma parede uma grande tela plana de TV mostrando que havia um radio sub espacial ali.

— Obrigado meu príncipe, mas o que quero falar é breve – ele levantou o queixo e Kafen franziu as sobrancelhas no modo que o médico parecia enfrentá-lo – Estou aqui para apresentar a minha demissão.

— O que? – Kafen ofegou de raiva – O que deu em você? Quer aumento? Devia ter falado logo!

— Não eu estou me demitindo porque não posso aceitar o que fez com o estrangeiro.

— Quanta sensibilidade ao próximo Merida? – o outro riu com sarcasmo – Ele é minha propriedade e alem disso foi apenas sexo.

— O garoto está quase morto Kafen! – o príncipe rosnou quando ele omitiu o seu titulo – Conheci você quando subiu ao poder e achei que era uma esperança para nosso mundo, mas você é igual a todos os outros que chegaram ao trono. Brincam com a vida cheios de prazer e não ligam para mais nada. Eu não compactuo com isso!

— Acha mesmo que vai achar emprego depois dessa afronta? – os dedos de Kafen apertavam a beirada da mesa a ponto deles ficarem brancos.

— Duvido muito Príncipe Guerreiro – disse o médico empertigado e o olhando de cima – O senhor vai garantir que isso nunca mais aconteça e por quê? Eu disse a verdade para você? O que vai fazer se mais e mais pessoas fazerem isso? Vai voltar aos velhos costumes de fuzilar as pessoas em praça pública? O povo esperava tanto de você e é isso que ganhamos! Adeus!

Kafen estava mudo ao ver o medico ir embora. Como aquele idiota se atrevia a falar assim com ele?

Ia mandar os guardas prendê-lo e jogar a chave fora!

Todavia seu dado parou no ar antes que ele apertasse o botão para chamar os guardas.

O que ele estava fazendo? Estava se tornando igual aos antigos governantes que ele lutou tanto para tirar do poder! Mandava e as pessoas tinham que obedecer ou seriam castigadas, ele estava virando um déspota.

— Deuses! – ele gemeu esfregando a testa – Eu não sou isso, eu lutei para ser quem sou porque não pude salvar a minha mãe das torturas e agora o que eu faço? Sou igual às pessoas que faziam isso.

Seu estomago se revoltou com essa ideia, mas ele engoliu as náuseas. Era hora de ele ver o que tinha acontecido. Deixara Itieu nas mãos dos escravos do harém e não podia imaginar que eles tivessem feito algum mau ao aurifense.

Andou apressado pelos corredores do castelo até dar na ala do harém. O sol já tinha se posto e as luzes dos jardins estavam acesas e os escravos em seus quartos se preparando para ele.

Andou até o quarto que designara para Itieu e Gael. Kamar estava à porta com sua expressão livre de qualquer sentimentos e se inclinou para ele abrindo a porta.

Seu primeiro vislumbre foi de Raqsa de joelhos perto de uma cama onde estava um corpo cheio de curativos e roxos. Cortes de pequena monta cobriam quase todo o corpo e ele reconheceu Itieu em meio a todo aquele caos.

— Meu senhor! – Raqsa inclinou-se para ele, sua testa tocando o chão.

Gael estava perto da janela e o olhava com ódio o nojo.

Ignorando os outros foi até a beirada da cama. Nem mesmo os soldados que ele resgatara nas guerras do deserto eram torturados daquele modo. Como pudera deixar algo assim acontecer?

— Raqsa ninguém mais alem de você, Kamar e eu entrara nesse quarto. Eu fui claro?

— Sim meu senhor.

— Cuide dele.

— Ou você vai perder o seu brinquedo de foda, não é? – disse Gael cheio de sarcasmo.

— Olha como fala comigo humano!

— Acha que eu devo algum respeito para um seqüestrador idiota?

Kafen já estava com a cabeça fervendo pelo que acontecera, mas ter esse humano gritando foi à gota d’água! Com a rapidez típica do seu povo, Kafen segurou o pescoço de Gael e o jogou na outra de bruços cama ficando por cima dele. Estava tomado de um ódio cego e precisava descontar em alguém.

Gael se debatia em vão enquanto com a outra mão Kafen puxava suas calças rasgando o tecido. Retirou o grande pênis que estava ereto e pronto enfiando com tudo no buraco de Gael que gritou de dor ao ser preenchido com um membro tão grande e sem preparo.

— Onde está sua coragem agora humano? – rosnava ele em meio às estocadas cada vez mais fortes e por fim ele gozou dentro de Gael.

Levantou-se ofegante colocando o membro ainda ereto dentro das calças.

— Raqsa mande quatro escravos para o meu quarto essa noite!

O ex-escravo tremia com o que tinha acontecido. Nunca vira Kafen perder o controle assim e se perguntou como o Príncipe Guerreiro pudera mudar tanto.

Gael estava encolhido na cama chorando, o sêmen de Kafen escorrendo do seu ânus sujando o que restava da roupa.

Ele tentou aproximar-se do humano, mas este deu um grito e o mandou ir embora. Tremulo ele recolheu a mão olhando pesaroso para os dois.

— Raqsa? – Kamar entrou no quarto olhando temeroso para ele.

O ghal foi até o esposo e o abraçou tentando não chorar.

— Eu não posso acreditar que ele fez isso Kamar! Como pode? Ele é nosso Príncipe Guerreiro, nossa inspiração, nossa esperança de que os costumes antigos não voltem.

— Pelo visto não é mais – disse Kamar com o olhar outrora frio e sem sentimentos, agora cheio de raiva – Temos que partir – ele sussurrou.

— Está louco? Não podemos deixar o castelo e se o fizermos seremos mortos!

— Eu não vou deixar você aqui para ser a próxima vitima dele Raqsa! Jurei perante os deuses que ia ti proteger e é isso que vou fazer!

— Não vê Kamar que se formos embora ele vai atrás de nós e vai nos destruir?

— Mas ele não vai ter tempo para isso.

— O que? – Raqsa olhou para o rosto impassível dele.

— Logo Raqsa vai haver um golpe de estado e quando isso acontecer tiro você daqui e vamos para o deserto junto às tribos. Meus pais vão aceitar você como filho deles.

Lagrimas começaram a descer pelos olhos de Raqsa. Ele sempre quisera conhecer os pais de Kamar, mas a sua servidão, junto ao harém não deixava. Agora ele percebia que a liberdade que Kafen lhe dera era uma ilusão, ele nunca pudera sair da cidade ou ter a vida que queria.

— Haverá guerra – murmurou o outro Raqsa.

— É inevitável e se antes eu não queria agora eu acho que chegou a hora do nosso povo decidir de que lado está. Ou voltamos aos velhos costumes ou entramos em uma nova era.

— Eles podem vir conosco? – Raqsa fez cara de pidão para Kamar fazendo um biquinho que sabia que o outro não podia resistir.

— Raqsa!

— Por favor?

— Deuses! – Kamar revirou os olhos – Pode!

— Eu ti amo meu guarda grande e mau! – disse o outro pulando em Kamar e o beijando.

~~***~~

Andrew olhou para a nave com o olhar critico de quem não sabia nada de espaçonaves. Era uma nave chata, tipo um disco de vinte metros de altura por cinqüenta e cinco de diâmetro. Na fuselagem lia o nome “Odissei” em letras pretas. Haviam marcas de tiros por toda parte e o motor parecia que ia se soltar da fuselagem, mas estava em uma área de pouso limitado, onde as naves pousavam apenas para abastecer por algumas horas e isso queria dizer que nave podia voar e se podia voar ele ia alugar ela.

Uma mulher estava com um tablet em uma das mãos e com o olhar critico para os buracos negros de tiro na fuselagem.

— Boa tarde – disse Andrew para a moça que se virou para ele.

Ela era da sua altura, cabelos longos e castanhos, rosto redondo com lábios vermelhos e olhos grandes e negros. Seu corpo era cheio de curvas e devia estar um pouco acima do peso, mas ainda era uma bela mulher humana.

— Pois não? – ela perguntou educada.

— É sua nave? – Andrew perguntou apontando para a Odissei.

— É. E você é algum fiscal?

— Bem, se é sua nave estou alugando ela para ir para o sistema Taurinis – disse Andrew entrando na nave por um passadiço que ia para o hangar da nave.

A moça ficou ali boquiaberta olhando para aquele desconhecido entra em sua nave como se fosse dono dela.

— Sindria! – uma moça desceu correndo da escotilha – Tem um doida lá dentro querendo que eu marque o curso para os Taurinis! Que diabos é isso?

A outra moça era mais alta. Corpo esguio e rosto mais fino com uma massa grande de cabelos loiros encaracolados caindo pelos ombros e com olhos azuis frios.

Sindria saiu do seu estupor e entrou na nave vermelha de raiva e foi para a sala de comando que ficava a apenas uma andar acima dos depósitos da nave. Ele subiu de escada já que o elevador estava quebrado.

Andrew estava sentado confortavelmente em sua poltrona olhando para a sala de comando que já devia ter visto tempos melhores. Duas das cinco telas de visão global estavam queimadas, um grande painel à direita tinha uma serie de aparelhos com a afiação saindo e uma grade estava aberta perto de manche mostrando cabos soltos por todo o lado.

— Cara você é doido? – Sindria gritou para ele – Saia da minha nave agora!

— Eu vou sair moça, mas quando chegarmos ao destino que quero.

— Será que vai ser preciso que eu chame a guarda portuária? – ela gritou e Andrew ergueu um cartão dourado e com algumas inscrições em prateado.

— Quanto?

— O que?!

— Quanto para me levar até Taurinis?

— Um milhão de créditos – disse a outra moça entrando.

— Kalem! – disse Sindria virando-se para a outra – Tá compactuando com essa loucura?

— Eu dou quinhentos mil agora e assim que chagarmos ao nosso destino o restante.

— Não! – Sindria gritou, mas Kalem a puxou de lado.

— Sindria a gente precisa do dinheiro e se esse doido pode nos dar o que tem irmos para lá?

— Olhe a nave Kalem! Acha que chegamos a Taurinis assim?

— A Odissei é uma boa nave e nunca nos deixou na mão. Com esse milhão podemos reformar ela e fazermos mais entregas – a moça tocou no rosto da outra com carinho – Vamos meu amor?

— Droga! – resmungou a outra – Você sempre consegue o que quer.

— E você adora – disse Kalem dando um rápido beijo na outra.

Resmungando Sindria foi até Andrew e pegou o cartão dele.

— É bom que tenha dinheiro aqui – resmungou ela colocando o cartão em uma fenda.

— Meu nome é Andrew – disse ela sorrindo para as moças.

— Eu sou Kalem e essa é a minha companheira Sindria – disse a outra moça que o olhava curiosa – O que tem em Taurinis que você quer tanto?

— Estou indo buscar meu filho – disse Andrew olhando para as telas queimadas – Ele foi para o planeta Nébula em Taurinis-2 e não tenho contato com ele há dias. Dizem que há uma supernova causando interferência nas comunicações, mas eu não acredito nisso. Eu sei que algo aconteceu ao meu filho.

Sindria ao ouvir isso endureceu olhando para a tela onde os quinhentos mil créditos eram transferidos sem problemas para sua conta pessoal.

— Sindria – Kalem olhou para a moça que entregou o cartão para Andrew.

— Está tudo certo – disse ela com a voz cava – Kalem faça os cálculos para Taurinis eu preciso olhar o motor – ela saiu intempestivamente deixando Andrew confuso.

— Desculpe – disse Kalem que também empalidecera – Ela perdeu o nosso filho há menos de um ano – ela sentou em frente ao computador – Eu não posso engravidar, sou estéril e ela tentou por anos até que conseguiu, mas no sexto mês ela abortou. Ela ainda não se recuperou – olhou Andrew – Admiro você por ir lá, enfrentando tudo e a todos para ir perto do seu filho.

Andrew olhou para a porta onde Sindria tinha saído pensando na dor de perder um filho e isso renovou a sua decisão. Não importava onde seu filho estava ele ia atrás dele e achá-lo!

~~***~~

Há muitos milhares de quilômetros deli um Tiol vermelho de raiva lia a mensagem de Andrew.

— ANDREW EU JURO PELA DEUSA QUE MATO VOCÊ!    




Capitulo 07 – Shai’d




Ao sul da cidade de Shams, capital do estado de Layeti e capital de planeta Ghalib, ficavam os grandes desertos do planeta. Uma extensão de terras de cinco mil quilômetros indo do mar Asten até o outro oceano. Ali não havia leis do governo, apenas as tribos governavam os desertos.

Por muito tempo os governos ghal tentaram a todo custo dominar as areias, mas elas mostravam que eram indomadas. As maquinas paravam de funcionar e os soldados desapareciam nas areias escaldantes.

A tribo da família Akreb era muito influente no deserto e dominavam boa parte dele.

O shai’d era o patriarca, o chefe da família e da religião da sua tribo.

O shai’d da família Akreb era Baraden Akreb. Baraden era considerado um líder nato, alguém que subira ao posto de shai’d na tenra idade de vinte anos e desde então comanda a família com sabedoria.

Durante as grandes guerras das tribos a família deixou de ser nômade para reivindicar para si um grande oasis. Era um local cheio de palmeiras e árvores frutífera com água em abundancia vinda das grutas que cercavam o local e de um grande lago formado por águas subterrâneas.

Como quase nunca chovia, as pessoas viviam em tendas coloridas instaladas perto das grutas e deixavam o centro do oasis para as culturas que se estendiam coloridas por quilômetros.

A tenda do shai’d era a maior que existia e a mais rica ficando a oeste.

— Meu senhor shai’d – um rapaz postou-se diante da cadeira onde estava Baraden.

Baraden era um homem feito agora. Alto e com a pele morena os olhos azuis sobressaiam no seu rosto expressivo. Seus cabelos negros estavam trançados caindo por um ombro e, ao contrario dos outros shai’ds ele não usava barba.

— Me disseram que tem noticias da capital para nós Bashir.

— Sim meu senhor – disse o rapaz ficando ereto sabendo o quanto o shai’d não gostava de demonstrações exageradas – Soubemos que o Príncipe Guerreiro será deposto por um golpe de estado pela Liga dos Costumes Antigos.

— Não é tão simples derrubar um príncipe – comento Baraden esfregando o queixo.

— Soubemos que ele foi alertado pelo serviço secreto, mas o príncipe esta muito estranho.

— Estranho? – Baraden franziu as sobrancelhas para o seu informante que engoliu em seco diante do olhar frio do shai’d.

— Meu senhor o Príncipe seqüestrou seres de outros mundos para o seu harém e que quase os maltratou até a morte.

— O que está havendo? – Baraden levantou-se andando pela tenda – Kafen nunca foi disso – olhou Bashir – Bashir vá até a capital, não quero coisas de segunda mão e veja o que pode me trazer de informações.

— Sim meu senhor shai’d – o rapaz inclinou-se e saiu.

— Acha que é verdade? – Baraden olhou para alguém que até aquele momento estivera nas sombras.

— Acho – Máriqui olhou para Baraden, mas seus olhos eram de um tom pálido de azul, mostrando que era cego.

Seu corpo era delicado, pequeno, mas com bons músculos. Seus cabelos longos desciam até a cintura e ele tinha um véu cobrindo-os mostrando a todos o seu status de casado. Vestia uma túnica comprida de mangas longas branca que ia até os pés e seu véu caia pelas costas até sua canela.

Baraden segurou a mão de Mariqui e sentou com ele no colo em sua cadeira.

Outras das coisas que diferenciava o shai’d Baraden era o fato dele deixar e incentivar que os submissos trabalhassem fora de casa. A maioria das tribos aceitava bem esse fato que nas cidades era considerado uma heresia, mas o companheiro do shai’d era sempre alguém muito preservado e por vezes ficava enclausurado até a morte; todavia Baraden nunca faria isso ao seu delicado esposo e o convidara para ser seu conselheiro já que ele tinha algumas habilidades muito boas.

— Eu li nas mentes de alguns peregrinos que passaram por aqui que o príncipe não está mais como antes. O poder o esta destruindo.

Baraden bufou apertando Mariqui nos braços acalmando seu coração ao sentir o cheiro delicioso dele, algo como sol e as flores das palmeiras bergon que cresciam como uma praga nas cercanias do oasis.

— Eu tinha esperença com Kafen. Ele foi um de nós, cresceu entre tribos e sabe como cuidar dos seus sentimentos.

— Kafen pode ter sido alguém das tribos Baraden, mas ele nunca aceitou nem uma doutrina. Sempre esteve mais interessado em status que qualquer outra coisa. Pode ter feito algumas boas mudanças, mas a corte o corrompeu.

— Bem ele vai enfrentar as conseqüências para os seus atos. Se acontecer mesmo um golpe de estado ele será morto.

— O que menos precisamos é alguém da Liga de Costumes Antigos no poder – Mariqui balançou a cabeça – Sabe que eles são fanáticos.

— O que eles não sabem é que um golpe de estado não é tão fácil – havia um sorriso frio no rosto do outro – Existem mecanismos que podem fazer eles enfrentarem o inferno ao querer o poder.

— Você está falando da barreira de Eoin?

— Dela e do juramento dos generais. Sei que mais da metade pode não estar com Kafen, mas vai seguir outro.

— Hafiz.

— Sim. Hafiz é o que chamamos de Fiel do Príncipe e os generais juram lutar junto a ele na falta do príncipe ou em um golpe de estado.

— Ora – Mariqui riu – Acho que a nossa querida Liga vai ter um tempo ruim, não é?    

— Tempo suficiente para reunirmos as tribos do planeta e resolvermos isso de uma vez por todas. Chegou a hora do nosso mundo ter um governo forte e se abrir para o resto da galáxia. Os humanos estão chegando e se instalando naqueles sistemas aqui perto e acho que podemos ganhar muito comerciando com eles.

Mariqui ronronou e se esfregou no marido.

— Sabe o quanto você me excita quando banca o grande shai’d do planeta? – murmurou ele no ouvido de Baraden.

O shai’d serpenteou a mão dentro da longa túnica gemendo ao ver que o esposo não vestia calça ou nem mesmo roupa intima.

— Você esteve assim o tempo todo? – os olhos dele escureceram de luxuria.

— Eu queria você hoje cedo, mas você já tinha ido – Mariqui mexeu-se no colo dele colocando uma perna de cada lado do marido fazendo a túnica se erguer – Eu estou louco de tesão, afinal você me castigou ontem e não pode gozar.

— Você é um menino mal que precisa de disciplina – disse Baraden com a voz dura, mas ao apertar as nádegas redondas do outro gemeu ao ver que ele tinha um grande dildo de aço – Você esteve o dia todo com ele dentro de você? Merda, vou te castigar mais e mais.

— Me castigue mestre – gemia Mariqui ao sentir que o marido mexia no grande pênis de metal que ele tinha dentro.

Fora presente de casamento do marido e o usara em toda e cerimônia ficando de pau duro o tempo todo.

Como os casamentos nas tribos o submisso ficava nu o tempo todo, sua ereção era considerada uma dádiva ao noivo que mostrava o quanto ele o queria.

Baraden era um homem viril e ver o marido daquela forma durante horas e horas fora mais do que ele podia suportar e jogara Mariqui em cima da mesa de banquete e o fodera ali, em frente a toda a família.

Até hoje aquilo era comentado nas tribos e o seria por muitos anos.

O vento levantava a entrada da tenda feito de um tecido esvoaçante e os guardas ficaram vermelhos ao ver o casal.

— Eles estão observando – disse Baraden para o marido que gemia despudorado enquanto o marido o fodia com o dildo.

— Isso me deixa ainda mais excitado.

Baraden riu erguendo a túnica de Mariqui mostrando a longa ereção do esposo e com um sorriso sacana abocanhou o membro como alguém morto de fome e começou a sugar com vontade. Mariqui jogou a cabeça para trás gemendo alto ao sentir seu membro dentro da boca quente e molhada do outro enquanto o aparelho continuava a ser movido dentro dele.

O shai’d passou a língua ao logo do membro e lambeu a ranhura na ponta sentindo o sabor amargo e salgado do pré gozo que saia da ponta como pequenas pérolas.

— Você quer gozar, meu pequeno garoto mal?

— Sim mestre – gemeu ele segurando no ombro de Baraden quando este empurrou ainda mais fundo o dildo fazendo-o estremecer.

— Implore – disse Baraden olhar para ele com o seu melhor olhar de mestre.

— Por favor – Mariqui inclinou-se para ele dando um beijo em seus lábios – Deixe eu gozar mestre.

Mantendo a sua expressão dura, Baraden retirou o pênis de metal e voltou a empurrá-lo dentro do esposo com força fazendo Mariqui gritar e conseguir segurar seu gozo a muito custo. O submisso estava ofegante e suor escorria por seu rosto colando a túnica no corpo.

O shai’d colocou as mãos dentro da túnica e começou a esfregar os mamilos duros dele sentindo os anéis de ouro que o esposo colocara ali apenas para o prazer de Baraden.

Mariqui não conseguia parar de se mexer no colo do outro e seus gemidos eram cada vez mais alto e desesperados graças a tortura do outro que por fim rasgou sua túnica com ferocidade e abocanhou um dos mamilos puxando a argola de ouro no processo enquanto brincava com a outra argola com a outra mão.

— Deuses – gemia Mariqui quase no seu limite.

Baraden retirou o dildo e o jogou longo, abril o zíper da calça expondo o longo e grosso pênis fazendo o esposo lamber os lábios. O shai’d ergueu ele pela cintura e o fez sentar em cima de seu pênis fezendo o longo membro entrar com tudo dentro do esposo. Mariqui gritou quando teve sua próstata esfregada e trincou os dentes sabendo que estava tão perto do deixar sua semente sair.

— Goze pra mim meu escravo – disse Baraden no ouvido de Mariqui que não pode mais resistir e sujou a roupa de ambos com seu gozo enquanto caia mola nos braços de Baraden que o fodia sem piedade até que ele sentiu o sêmen quente do marido encher seu canal.

Ficaram os dois ofegantes na cadeira. Baraden fazia um carinho nas costas de Mariqui em meio as roupas arruinadas.

— Sabia que é a minha quinta túnica este mês – murmurou ele sem forças para falar alto ou deixar o marido, ainda sentia o membro do outro dentro de si semi-duro.

— Você tem muitas delas para isso.

— Demos outro show, não?

— Ninguém aqui é inocente que não saiba o que é sexo, alem do mais eu gosto de mostrar o quando eu amo o meu marido.

— Bobo, eu tambem ti amo.

— Vamos ter tempos difíceis por ai – disse Baraden o abraçando ainda mais forte.

— Os deuses sabem o que fazem Baraden e eles estão do nosso lado. Vamos vencer e mudar Ghalib para sempre.

— Como você ao meu lado eu venço qualquer coisa, meu Mariqui.

Os dois voltaram e se beijar.

~~***~~


O duque Al’alaha Then Ubrakren é um nome de muito prestigio por todo o planeta Ghalib. Dito como um milionário excêntrico por ajudar entidades de caridade em muitos continentes era o ultimo nome que alguém pensaria para a famigerada Liga dos Costumes Antigos.

Por trás da casca de revolucionário e bem feitor ele era um ultra conservador que odiava com toda as forças o governo fraco de Kafen e desde o começo tramava se livrar de um homem que não podia governar o mundo.

Ele custeou a Liga de longe, colocando no poder seus homens mais fiéis, que estavam prontos a dar a vida por ele.

O duque aprendeu que pessoas presas a fanatismos são fracas e fáceis de manobrar e que estavam dispostas a morrer sem dó nem piedade por seus ideais, não se preocupando quem matariam no processo; fanáticos era o que não faltava no planeta.

Nos últimos tempos ele vira os sinais de depravação do príncipe e sabia que o poder tinha corrompido ele, transformando Kafen em um adolescente mimado que fazia o possível para ter tudo que queria desagradando a realeza, o seqüestro de dois alienígenas fora a gota d’água.

Chegara a hora do poder estar nas mãos certas, as deles e seria naquela noite, noite que Kafen ia mostrar seus escravos para a sociedade e assim conseguir status.

Al’alaha sorriu olhando o copo de bebida em sua mão saboreando a vitória que ele sabia que viria.

~~***~~

Yaci olhou para o irmão fazendo força para não rir ao vê-lo bufar cheio de raiva.

— Não é engraçado Yaci – esbravejou Tiol vermelho – Andrew não tem um pingo de juízo naquela cabeça humana! Eu devia ter colocado uma coleira nele.

— Não deixe ele ouvir isso – disse Abrahan entrando no escritório de Yaci onde estavam reunidos – No mínimo a coleira ia para você.

— Papa aquele imbecil está perdido na galáxia e você faz piadas!

— Desculpa filho – Abrahan sentou perto de Tiol colocando a mão em seu ombro.

Abrahan tinha algumas rugas em volta dos olhos, mas fora isso ele parecia o mesmo de quando a revolução tinha tomado o poder e Yaci matado o pai.

— Sabemos que Andrew foi até o espaço porto de Aurilien e não o vimos mais – disse Valdi relembrando os fatos.

— Bem se ele quer ir atrás de Itieu só tem um caminho – disse Ian para eles – As naves dos saltadores.

— Ele não teria coragem – Tiol trincava os dentes pensando no marido perdido no espaço dentro de uma nave desconhecida, o que podia estar acontecendo a ele?

~~***~~

Andrew pegou uma ferramenta consertando um dos monitores para que a neve pudesse ter uma visão de 360º. Do modo como estava eles podiam esbarrar em uma estrela e nem ver.

Talvez ele devesse ter escolhido uma nave que não estivesse caindo aos pedaços.

— Vamos ligue!

Kalem revirou os olhos. Estava cansada de ser mandada por aquele homem, mas havia algo que a levava o obedecer sem pestanejar e as vezes sua vontade era jogar ele porta a fora para servir de comida aos seres de energia que estavam acompanhando eles.

A tela piscou a ascendeu dando uma visão da traseira da nave de dos milhares de pontos de luz diáfano que eram estranhos seres vivos que viviam nas regiões remotas da galáxia.

Conhecidos como seres de energia eram basicamente feitos disso e sugavam a energia que saiam dos motores nas naves como uma esponja suga água.

Estranhamente eles não viviam perto de sóis que podiam lhe dar energia e ficavam acompanhando as naves sedentos por sua energia, mas as perdiam quando as naves entravam no ultraverso.

— Prontinho – disse Andrew cheio de si batendo na roupa ao se levantar do chão – Pelo menos não estamos cegos.

— Nós não estávamos cegos! – resmungou Kalem.

— Pare de reclamar Kalem – disse Sindria entrando com uma bandeja com tres xícaras de café e alguns pedaços de bolo – Ele está ajudando.

— Ele devia estar no quarto dele e não me atazanando! – disse Kalem cheia de ciúmes.

— Café! – Andrew pegou a xícara e sentiu o aroma encorpado da bebida – É tão difícil encontrar um bom café. Eu tentei plantar ele em Aurifen, mas a maldita planta não gostou e agora eu só consigo do importado que custa mais caro que as pedras preciosas do planeta – olhou Kalem – e Kalem eu prefiro pênis, assim não tenho nem nunca vou ter nada com a sua mulher.

Sindria revirou os olhos e Kalem rosnou.

— Deixa eu jogar ele lá fora pelo amor de Deus!

— Chega vocês dois ou jogo os dois para fora da nave – disse Sindria sentando na cadeira de piloto – Precisamos entrar no ultraverso e sair perto do sistema Arkan 4 e dali para Taurinis.

— Finalmente – disse Andrew sentando em uma poltrona – Não querendo ser indelicado, mas a nave de você precisa urgentemente ir para um ferro velho espacial.

— Eu mato ele agora!

Kalem levantou-se, mas não deu um passo. O alarma começou a tocar e uma nave se materializou perto deles. Sindria xingou ao ver a marca dos piratas na fuselagem.

— Era tudo que estava faltando na minha vida! – gritou Kalem contrariada.

— Não sei por que se preocupa – disse Andrew tomando café calmamente – Essa nave ta tão feia que no mínimo vão achar que somos o resto do lixo de alguma nave maior.

Sindria segurou Kalem que ia pular nele quando a tela de comunicação ascendeu mostrando um rosto que fez Andrew sorrir.




Capitulo 8 - Owen




Sindria segurou Kalem que ia pular nele quando a tela de comunicação ascendeu mostrando um rosto que fez Andrew sorrir.


Na tela grande Andrew via o rosto sério de Owen, seu sobrinho e filho mais velho de Valdi, Frey e Gwidion.

— Olá tio – disse ele olhando feio para o outro – O que o senhor está fazendo aqui?

— Um tio não pode sentir saudades de seu sobrinho?

Owen revirou os olhos. Agora era um homem alto, com cabelos ruivos estavam amarrados em um rabo de cavalo alto, os olhos azuis brilhavam frios, mas as sardas que pontilhavam seu rosto pálido pareciam torná-lo mais vulnerável que sua postura queria dizer.

— O senhor não dá um ponto sem nó tio – disse ele.

— Tá certo Owen – Andrew olhou sério para o rapaz – Eu sempre gostei do seu modo direto e sem rodeios. Quero chegar até Taurinis e essa banheira velha parece que vai despedaçar, preciso de uma carona.

— Banheira velha? – Kalem ficou vermelha e trincou os dentes – Você ainda me paga idiota.

— Tio o senhor fugiu?

— Não – Andrew olhou as unhas – Deixei um bilhete para Tiol dizendo que ia buscar o meu filho.

Owen deu um suspiro dramático.

— O senhor fugiu e tenho certeza que tio Tiol vai por metade da galáxia atrás de você!

— Por isso mesmo eu preciso de sua ajuda – Andrew deu seu melhor sorriso – Uma hora dessas eles devem saber que aluguei a nave saltadora, mas não vão saber se você me der carona.

— Como sabia que eu fico aqui?

— Como conseguiu a nave?

— O senhor tem um espião aqui dentro, não é?

— Acha mesmo que eu ia deixar o meu sobrinho sozinho galáxia a fora? Lamento Owen, mas eu amo vocês, mesmo que tenha pais como Frey e Gwidion, apesar deles terem melhorados de uns tempos para cá.

— Ta bom tio, vamos conversar aqui dentro. Vou puxar a nave para atracar dentro da Esperanto.

— Obrigado.

Owen desligou balançando a cabeça.

— Foi por isso que você quis parar aqui! – Kalem estava a ponto de matar Andrew e Sindria não ia fazer nada para impedir.

— Desculpem – Andrew estava sério olhando as duas por cima dos dedos cruzados à sua frente – Mas eu preciso chegar até Taurinis e não podia me dar o luxo da Patrulha nos parar em algum lugar e isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde. Com a nave de Owen isso vai ficar um pouco mais difícil.

— Mas eles são piratas! – Sindria disse olhando interrogativa para eles.

— Não, não são. A nave é um velho despojo que comprei bem barato. Na região de Procyon o símbolo dos piratas não diz muito. Owen é um comerciante de minérios daquela região.

— Já ouvi falar de Procyon – disse Sindria pensativa – É uma área da galáxia, perto do centro onde os humanos colonizaram a quinhentos anos, tão velho que é emancipado, mas eles não são considerados humanos interiores por serem mestiços.

— Isso mesmo. A região de Procyon tem cerca de trinta sistemas planetários habitados por um povo de cabelos vermelhos e pele marrom. Eles são a miscigenação com uma raça que vivia em um dos sistemas. São comerciantes natos, mas não tem aptidão para a guerra. Não pertencem a nem uma federação por isso são alvos fáceis para qualquer raça. Com isso contratam serviços de outros para proteger os seus sistemas e Owen tem uma nave que, alem de transportar minérios é boa na arte da guerra e ele também é bom nisso.

— Obrigada pela aula de história – disse Kalem ácida – Mas já que a sua carona veio pode dando o fora da minha nave e me pagando!

— Lamento Kalem, mas você tem que vir comigo. Não posso me dar o luxo de vocês sendo pegas por Tiol antes de conversar com ele. Meu marido não pensa direito quando está de cabeça quente.

— Mas nem fodendo! – gritou a outra vermelha – Isso é seqüestro e vou dar parte de você na federação da Terra!

— Ainda vão ter o pagamento, mas em Taurinis.

— Sindria não podemos deixar isso! – Kalem virou-se para a esposa que olhava fixamente para Andrew.

— Calma Kalem – ela segurou a mão da outra com carinho – Ele está certo. Se ficarmos voando pela galáxia vão nos descobrir e ai passaremos bastante tempo em uma sala de interrogatório por ai, afinal estamos diante de um príncipe aurifense.

— Isso!

— Ei! – gritou o outro – Eu não sou “isso”!

— Andrew Tha Gaol, marido de Tiol, irmão do imperador de Aurifen e uma lenda na galáxia. De escravo a príncipe.

— Assim você me deixa sem graça.

— Já ouvi isso – Kalem fez cara feia – Uns anos atrás quando ainda vivia na Terra, os jornais fizeram o maios alarido e os humanos interiores ti odeiam – havia uma nota de satisfação na voz dela – Você acabou com seu comercio de escravos e colocou a Terra contra eles.

— Isso sim me deixa feliz – disse Andrew sorrindo ao lembrar-se de como conseguira com poder e influencia fazer os humanos interiores pagarem pelo que faziam aos seus os vendendo com escravos – Nunca pensei duas vezes em fazê-lo pelo bem da população pobre dos humanos interiores.

— Eu admiro você pelo que fez – disse Sindria – Meu avô foi um escravo resgatado pela força espacial da Terra há muito tempo. Ainda lembro do que ele falava conosco sobre a crueldade dos seus donos.

— Ele é uma gracinha – disse Kalem cheia de ciúmes de novo – Mas voltemos ao tempo presente e com o problema que essa merda colocou em cima de nós. Eu não seqüestrei ninguém! Eu estou sendo paga para ir de um ponto ao outro na galáxia e é bom que isso fique claro para todos, seu principezinho de merda, porque não quero ir presa ou ter a minha licença caçada!

— Baixa a crista Kalem – disse Andrew ficando irritado com a outra – Eu vou conversar pessoalmente com todos quando chegarmos à Taurinis e tenho certeza que nada vai acontecer.

Kalem bufou para ele, mas Sindria acenou com a cabeça concordando. Confiaria no príncipe aurifense para isso.

A nave teve um solavanco e logo estava sendo puxada para dentro do grande hangar da nave redonda.

~~***~~

Tiol estava olhando fixamente para a parede a sua frente. Seus pensamentos erráticos iam e vinham e ele tentava se concentrar em qualquer coisa menos no que acontecia com ele.

Perguntou-se como o seu papa havia sobrevivido ao cativeiro, mas ele conhecia Andrew o suficiente para saber que ele deveria ter se alimentado da raiva e de sua determinação, duas coisas que faltavam a ele, se bem que a raiva estava ali dentro dele, borbulhando a ponto de explodir de um modo como ele nunca julgava capaz.

Queria matar Kafen do modo mais cruel possível, fazê-lo pagar por toda dor e humilhação que ele estava passando.

— Está pensando demais – disse Gael na cama perto dele sentado encolhido de encontro ao encosto da cama.

— É o que faço de melhor ao que parece.

— Vai começar a sentir pena de si mesmo?

— Lamento que isso fira a sua grande sensibilidade humano, mas saiba que cada raça reage de um modo as coisas.

— Não acho que a sua raça se encolha em uma canto e fique remoendo as dores passadas.

— Não, ela não faz, mas se você tem as respostas Gael me diga o que faço agora? – olhou para o rapaz humano – Devo deixar tudo isso para trás?

— Acha que brigar comigo quando deveria estar brigando com Kafen vai mudar algo? Parece que você está com medo de se mostrar. O que você tem sob a pela aurifense?

— Eu não sei humano, nunca deixei sair. Você conhece as borboletas do seu mundo não?

— Claro – Gael não estava entendendo onde ele queria chegar.

— Bem é assim que eu me sinto. Acho que quando eu trocar de pele deixe de ser eu mesmo para me tornar algo como as pessoas que provocaram a guerra no meu mundo, que no fundo sou tão irracional como alguns aurifenses.

— Bem, não vai saber se não tentar, não é? E se não gostar do que se tornou mude, recomece. Afinal você não é nem uma borboleta que não possa tirar algo que ti desagrade.

— Porque começamos com essa filosofia toda?

— Porque estamos perdidos nesse bendito mundo nas mãos de um louco e tentando achar um modo de fugir.

— Já pensou em todas as variáveis?

— Já, e sabe o que mais? Não achei saída.

— Bem eu acredito em algo – gemendo de dor ele sentou olhando Gael – Meu papa e meu pai não vão acreditar seja no que for que contarem a eles em Nébula. Aurifenses tem uma ligação forte com suas crias, sabem quando elas morrem.

— Eu não acredito nessas coisas. Um pai pode ter uma ligação de afeto com seu filho, mas saber se ele está vivo ou morto por milhares de anos luz? Isso é loucura!

— Você é ateu Gael?

— O que isso vem ao caso?

— Poucas raças no universo têm membros sem religião e a raça humana é uma delas. O problema com elas é que estão preocupadas demais em entender o mundo através das ciências empíricas que esquecem que há outro lado, inexplicável.

— Inexplicável?! – Gael riu debochado – Basta colocar uma equação no lugar certo que tudo se resolve. Deuses, Deus, Deusa é apenas uma forma de enganação, uma maneira de controlar as mentes fracas.

— É a sua opinião e eu respeito ela, só acho que as pessoas crentes não tem a mente fraca, como você diz. É preciso ser muito forte para ter fé, para acreditar naquilo que não pode ser provado.

— Você é algum tipo de pastor ou algo assim? – perguntou Gael com nojo na voz.

— Pastor? – Itieu não entendia o que o humano queria dizer – Como um trabalhador de fazenda?

— Não! Como um maldito pregador que fica falando que você morrer no fogo do inferno pelos seus pecados.

— Acredito que você está falando de um sacerdote da religião ou o equivalente no seu mundo. Parece que eles são bem violentos nas suas pregações – ele riu – Eu me lembro de quando Andrew me levou para ver o templo da Deusa de Aurifen. Eu nunca tinha participado de nem uma religião e estava muito alegre por ir com meu papa. Ele mesmo ficou ali olhando para o nosso templo perguntando onde estavam as cruzes e estatuetas. Precisou muito para o cabeça dura entender que em Aurifen os templos são apenas um caminho facilitador para entrarmos em contato com o nosso lado místico. Não temos estatuas de deuses, mas alguns símbolos que tatuamos na pele – ele levantou a blusa folgada que usava mostrando a pele contundida, mas havia uma tatuagem ali, dois círculos circunscritos – Esse é o símbolo da família em Aurifen e naquele dia eu pedi para que fosse tatuado em mim. Claro que o Andrew conseguiu tatuar nele o mais extravagante que achou. Íamos sempre aos templos com a nossa família e eram dias maravilhosos que estávamos todos juntos.

— Que imagem pitoresca – resmungou Gael – Pra mim isso são bobagens! Meu pai está morrendo na Terra por uma doença sem cura e o que Deus fez para ele? Nada! Esse seu Deus deve é estar achando hilário o meu desespero.

Itieu olhou para o humano vendo toda a dor dentro daqueles olhos negros, mas antes que falasse algo à porta abril e Raqsa entrou com algumas roupas nos braços.

— Ola! – ele sorriu para os dois – Vejo que estão melhores.

— Melhor? – Itieu virou-se cheio de raiva para o outro – Eu nunca mais vou melhorar Raqsa, não depois de todas as perversões que fizeram comigo!

— Eu sinto tanto – o rapaz sentou na cama de Itieu e fez um carinho em seus cabelos – Ele nunca fez isso. Acredite ou não Itieu ele era a esperança do nosso povo, era a esperança de mudança e de liberdade. Dói pensar que ele não é um herói, ele é como todos nós. Também erra também se corrompe.

— O que são essas roupas? – Gael contorcia o rosto olhando para o tecido diáfano e transparente.

— O príncipe vai apresentar vocês à sociedade essa noite. Ele mesmo mandou as vestimentas e as jóias. Se querem um conselho não façam mais nada que o aborreça, castigos físicos nessas festas são um tipo de atração.

— Pois ele vai ter que vir aqui e me arrastar! – gritou Gael levantando e mancando até a janela – Ou ele me mata de uma vez por todas!

— Ele não vai te matar Gael, mas você vai querer que estivesse morto. Nossas torturas são para ferir, não para o prazer. Ele pode dá-lo de presente ao convidado mais pervertido da sala para o seu uso por uma noite e pode fazer muito pior.

— Você vai aceitar isso? – Gael gritava para Itieu.

— Acha que eu quero algo assim depois de ter sido estuprado por horas e horas Gael? Não, mas Kafen é um doido. Torturar pode ser algo de menos com ele. Está pronto para morrer aos poucos nas mãos de um sádico? Eu quero viver e me vingar de Kafen.

Gael olhou para Itieu e balançou a cabeça. Ele também queria viver.

~~***~~

A sala de banquetes do castelo estava toda decorada com bandeiras das famílias mais ricas de Ghalib. Era comum isso acontecer em festas oficiais e assim homenagear aqueles que se destacavam na sociedade.

As’ah estava sentado perto do Príncipe Guerreiro esfregando-se nesse enquanto Kafen bebia copo após copo de bebida alcoólica. O escravo estava apenas vestindo suas melhores jóias que adornavam seu peito, pulsos e pênis que tilintavam quando ele se mexia.

— Vejo que continua com os mais lindos escravos Kafen – o conde Meknes disse olhando ávido para As’ah.

O escravo odiava o conde. O homem tinha os piores gostos que ele já ouvira falar, alem disso era um homem feio e barbado e ele odiava barbas, ainda bem que seu dono não compartilhava...

— Gostaria de ficar um pouco com ele Meknes? – disse Kafen com a voz fria.

— Mas é claro – olhou As’ah que tinha os olhos azuis cheios de desprezo.

— Mas mestre...

— Não ouviu o que eu disse As’ah – gritou Kafen – Vá!

Vermelho de raiva ele foi até o conde que o arrastou para um grupo de poltronas onde alguns convidados já tinham relações com seus escravos. Homens e mulheres gemendo e gozando.

Meknes sentou e mandou o outro ajoelhar entre as suas pernas.

— Chupe escravo e se usar os dentes arranco sangue de você.

Com nojo As’ah abril o zíper da calça do outro e puxou um grande pênis ainda mole e começou a trabalhar chupando e sugando sabendo o quanto o maldito homem era frio, mas não teve sucesso e o membro do outro continuava mole.

— Incompetente! – o conde deu-lhe um tapa fazendo cair sentado.

Empurrou As’ah de quatro e tateou seu ânus e começou a empurrar os dedos dentro dele sem nem mesmo lubrificante e o escravo gemia de dor tentando se afastar do agarre forte do outro.

— Bom – Meknes lambeu os lábios ao ver a dor do outro e empurrou com mais força a mão dentro do escravo fazendo gritar de dor.

— Isso me deixa excitado – gemia um duque ali perto que penetrava com força dentro de sua escrava mesmo que ela já tivesse um grande aparato de borracha dura dentro dela.

A moça chorava de dor.

— Bem podemos trocar. Sua escrava parece que tem um bom limiar à dor.

— Me de ele. Quero foder essa bunda gostosa.

Meknes retirou a mão com força de dentro de As’ah que quase desmaiou de alivio, mas logo foi arrastado pelos cabelos e jogado para o duque que o empurrou sentado o penetrando sem aviso.

O conde jogara a mulher no chão e enfiava a mão em sua vagina enquanto empurrava com força à longa aste de borracha dentro do ânus dela.

O duque por sua vez fazia As’ah cavalgar nele de forma intensa e com força enquanto puxava as jóias de seu pênis e bolas quase a ponto de cortá-los. O escravo estava quase sem voz de gritar e sem forças de sair dali.

O duque gozou dentro dele com um resmungo, mas não foi o fim de seu tormento. Foi empurrado para outros que estavam nos sofás aproveitando o escravo do príncipe disponível.

Meknes havia gozado sem nem mesmo penetrar a escrava, só de ver a dor dela e de As’ah fora o suficiente para ele deixar o esperma sujar o chão.

Kafen nem mesmo percebia tudo isso. Ele estava mais preocupado com os avisos que seu serviço secreto dera a ele sobre uma revolução.

Ele não podia acreditar que isso era verdade. Ele fizera de tudo para aquele povo para agora ter esse pagamento? Tentara dar direitos aos submissos e dar alguma chance de liberdade aos escravos mais velhos, alem de tudo fizera os gostos de muita gente passando por cima das leis e agora queriam depô-lo? Isso só podia ser um engano.

Uma comoção na porta chamou a sua atenção e todas as suas preocupações foram varridas pela visão de suas dois novos escravos entrando no salão.

~~***~~

Owen estava no hangar quando Andrew saiu da nave correndo e dando um grande abraço no sobrinho.

— Garoto estava com saudades.

— Tio meus pais sabem disso?

— Disso o que? De que você vive perdido em um canto remoto da galáxia? Que fornece serviços de mercenários por ai? Que nas suas horas vagas é um comerciante? Não!

— Não vai me dizer que é o espião dentro da nave, não é?

— Não mesmo sobrinho – os olhos de Andrew brilhavam – Achava mesmo que conseguiria sair de Aurifen e mesmo da Federação tão fácil e sem ser localizado?

— O senhor armou tudo.

— Foi – Andrew não estava nem um pouco envergonhado – Mas não vem ao caso agora. Vamos o mais rápido possível para Taurinis.

— E quem disse que eu ia ti ajudar tio? – Owen cruzou os braços de forma teimosa.

— Você vai me ajudar – os olhos do outro tinham uma frieza e uma determinação que Owen só lembrava de ter visto em tempos de guerra – E assim quem tudo isso tiver terminado vai entrar em contato com seus pais. Acho que já teve tempo demais para pensar em por seus ideias no lugar – ele começou a andar, mas se voltou para ele que engoliu em seco – Vamos Owen, eu não tenho tempo a perder!

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